A quantidade de famílias paulistanas que não terão condições de pagar suas dívidas vem crescendo rapidamente, aponta a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), divulgada mês a mês pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Os resultados do estudo revelam que apesar de não contraírem mais dívidas, elas continuam com dificuldade para arcar com as contas já existentes. Em comparação a agosto de 2014, os níveis de endividamento alcançaram as maiores altas da série histórica: 2,8 p.p. no levantamento geral e 4,4 p.p. nas famílias com renda até 10 salários mínimos.
Na análise dos grupos com rendimentos até 10 salários mínimos, 9,5% dos entrevistados declararam que não terão condições de pagar suas dívidas. Esta é a sexta alta consecutiva e o maior valor da referida série histórica. Já a proporção de famílias com renda superior a 10 salários mínimos que enfrentarão o mesmo problema é bem menor, 2%, mas ainda assim maior do que a registrada em agosto: 1,0%.
De todas as famílias endividadas, 6,9% acreditam que não terão condições de pagar suas contas total ou parcialmente no próximo mês, alta de 1,1 p.p em relação aos 5,8% registrados em agosto. Com isso, o indicador alcançou o maior valor da série histórica iniciada em janeiro de 2010. Em números absolutos, são 249 mil famílias nessa situação.
Em nota, a FecomercioSP disse que a rápida deterioração do indicador ?é um sinal claro de que as famílias continuam caminhando rumo ao aumento da inadimplência?. Para a entidade, a queda na proporção de endividados observada em junho e julho evidenciava o esforço dos consumidores para contornarem a crise, mas o agravamento do cenário econômico, especialmente por conta do aumento do desemprego, levou a novas altas do índice em agosto e em setembro entre as famílias de menor renda.
Tipos de dívidas
O cartão de crédito continua a liderar a lista de tipos de dívidas: 70,3% das famílias o utilizam. O recorte social aponta que a proporção de famílias com renda até 10 S.M. que estão endividadas com essa modalidade subiu de 72,3% em agosto para 74,3% em setembro. Os outros tipos de dívidas têm representatividade bem menor: financiamento de carro (18,4%), carnês (18,4%), financiamento de casa (12,9%), crédito pessoal (11,0%), cheque especial (7,7%), crédito consignado (3,9%) e cheque pré-datado (2,1%).
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