Sobre o mais hard dos KPIs
- Por Victor Cremasco
- 3 min leitura
“A MUDANÇA COMEÇA DENTRO DAS PESSOAS.” Sei que corro o risco de espantar muitos leitores com uma frase tão batida, mas, na maioria das vezes, as respostas estão nas obviedades.
Esta frase resume um entendimento que pouco a pouco vem se sofisticando em organizações que comercializam produtos e serviços: a satisfação dos colaboradores influencia diretamente a satisfação dos clientes.
Um bom Net Promoter Score (NPS), a redução do churn e a totalização de clientes são alguns dos indicadores perseguidos como drivers de bons resultados comerciais. Mas, antes deles, e geralmente coadjuvantes, estão os indicadores de satisfação dos colaboradores. No dia a dia de uma empresa, uma má-experiência interna gera não apenas impactos negativos na vida dos colaboradores como também se traduz em oportunidades perdidas de encantamento dos clientes.
Podemos chamar essa noção de “EX4CX” (EX for CX): a Experiência do Colaborador em simbiose e a serviço da Experiência do Cliente. É com esse olhar que realizamos na Mandalah projetos profundos de transformação cultural, para clientes no Brasil e na América Latina, entendendo que investir na cultura é investir no cliente e no negócio.
Remuneração, benefícios e respeito compõem uma “Pirâmide de Maslow” pós-industrial que estabelece as pré-condições para relações profissionais minimamente humanizadas. Mas é preciso desenvolver uma maior consciência nas organizações sobre a complexidade do tema e tudo o que pode ser feito na direção de construir culturas nas quais as pessoas estejam mais predispostas a fazer o melhor trabalho de suas vidas.
Um primeiro fator é o Propósito. Ter um propósito organizacional definido e, principalmente, vivido na prática é chave para atrair os melhores talentos, dar liga na cultura e ter das pessoas a “milha extra”.
Outro ponto é a Liderança. Pesquisas nos EUA mostram que 75% das pessoas que se desligam de uma empresa costumam fazê-lo por seu líder, e não pelo trabalho que desempenham. Investir na formação de líderes empáticos e assertivos, que promovam um ambiente acolhedor e sincero, é investir no cliente.
Um terceiro aspecto é a Segurança Psicológica, conceito que surgiu a partir de estudos da acadêmica Amy Edmondson, de Harvard, que fala sobre as pessoas poderem ser quem são, dizer o que pensam, sem medo de sofrerem retalições. Isso diminui o medo do erro e potencializa a criatividade.
Existem outras oportunidades de repensar como enxergamos e fortalecemos a cultura organizacional, ao entender que ela é um elemento central de qualquer negócio. Precisamos nutrir nossa visão sistêmica. Vírus nascem de desequilíbrios ambientais, sonhos realizados nascem de atitudes corajosas e uma boa experiência do cliente nasce do simples entendimento de que a mudança começa dentro das (nossas) pessoas.
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