Nos passos firmes de Patricia Frossard
- Por Bianca Alvarenga
- 4 min leitura
Gerenciar e administrar uma empresa global como a Philips é um trabalho extremamente complexo. No Brasil, Patricia Frossard está à frente das operações como country manager da companhia que completa, em 2024, cem anos no País. Advogada de formação, a executiva não tinha uma carreira pivotada para ser uma CEO. “Acabei assumindo esse risco e foi interessante. Sempre digo que ninguém está totalmente preparado para assumir uma posição de CEO”, conta.
Tendo iniciado a sua carreira como estagiária na área Jurídica da PepsiCo, Patricia sentiu a necessidade de dar um novo passo em sua vida profissional após 13 anos na empresa. Foi quando entrou para o setor Jurídico da Philips e, tempos depois, assumiu o departamento. Não demorou muito para que a oportunidade cruzasse o seu talento e, após pensar muito, decidiu dar o sim que mudaria a sua carreira profissional: assumir a presidência da Philips.
O aceite veio com algumas condições, como ser acompanhada por um coach. Desde então, entre tantas lições que aprendeu na jornada como CEO, está o entendimento de que a permanência em uma mesma posição, por muito tempo, significa já ter dominado as habilidades e os conhecimentos necessários para esse papel. Nesse caso, permanecer nessa posição pode não ser tão desafiador ou estimulante.
“Se você está 100% preparada para uma posição, você já deveria estar para a próxima, porque aquilo não vai ser interessante para você. Temos que entender que é preciso dar o passo e correr riscos. Se não der certo, você tentou; você fez aquilo que, naquele momento, o seu coração mandou”, afirma.
Temos que entender que é preciso dar o passo e correr riscos. Se não der certo, você tentou; você fez aquilo que, naquele momento, o seu coração mandou
Patricia Frossard, CEO da Philips Brasil
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Comunicação, diversidade e inclusão
A comunicação, na visão de Patricia, sempre foi uma soft skill importante no mundo empresarial e crucial para o sucesso. “Na Philips, eu tenho as portas abertas para que os nossos colaboradores me acessem; eles são os meus ouvidos e os meus olhos na organização. Eu preciso estar aberta para escutá-los, porque eles vão trazer um feedback do que eu nem sempre estou vendo. O mesmo acontece para fora; eu quero estar perto do meu cliente”, explica.
Outros fatores valorizados por Patricia são a diversidade e a inclusão. A executiva destaca dois momentos importantes nesse sentido: enquanto mulher, ser promovida a uma posição de destaque; e enquanto profissional, fora do perfil convencional, para uma posição de liderança, já que não vinha sendo preparada para a função.
Exatamente pelas oportunidades que teve, Frossard faz questão de manter a diversidade e a inclusão na pauta de discussões da Philips, especialmente considerando que as mulheres entraram mais tarde no mercado de trabalho e que há, ainda, lacunas a ser preenchidas. Para garantir que esses valores sejam vivenciados em todas as áreas da empresa, a CEO implementou políticas concretas, como garantir que, em todos os processos seletivos, haja pelo menos três finalistas, sendo obrigatório incluir uma mulher e uma diversidade de raças.
Achar um ponto de equilíbrio é essencial
Apesar do peso de suas responsabilidades, Patricia acredita que é importante saber conciliar carreira e vida pessoal sem sacrificar a felicidade. “Não existe uma fórmula igual para todo mundo”, afirma. “Eu falo que eu sou uma pessoa feliz, porque eu trabalho com o que gosto e tenho minha família para cuidar. Eu acho que se eu desempenhasse só uma dessas funções eu não seria tão feliz como sou”, explica.
Essa filosofia de vida reflete-se na maneira como Frossard organiza a sua rotina diária. “A minha agenda inclui compromissos com os meus filhos. Eu estabeleço alguns limites para mim. Fim de semana, por exemplo, eu não trabalho; é óbvio que há exceções, mas procuro ser bastante produtiva no meu dia a dia para evitar que isso aconteça”, enfatiza.
Esse equilíbrio é alcançado por meio de um planejamento cuidadoso. “Consegui definir uma agenda que não é muito sacrificante nem para mim nem para os meus filhos”, revela. O segredo, segundo Patricia, é fazer com que todas as atividades se encaixem de forma harmoniosa no dia a dia. “Tento fazer com que essas atividades caibam na minha agenda para que eu consiga ser bastante produtiva ao longo do dia e encerrar em um tempo razoável, em que eu consiga ir para casa, cuidar da lancheira dos meus filhos e da rotina deles”, finaliza.
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