Nascidos antes dos nativos digitais, os membros da Geração Y viram nascer a internet. No Brasil, fomos (e faço questão de escrever em primeira pessoa) crianças com walkmans, adolescentes com aparelhos que tocavam MP3 e entramos na idade adulta com acesso ao que havia de mais incrível nas lojas da Apple.
Contada dessa forma, parece que essa trajetória aconteceu de forma fluida e veloz. A verdade, entretanto, é que a internet discada e os computadores daquela época testavam a paciência de todos nós – nunca me esqueço também de um monitor quase quebrado que mudava de cor a cada tapa que levava. Apesar de todos os “perrengues chiques”, devemos admitir: o saudoso MSN tinha funções que fazem falta no WhatsApp e, honestamente, não sei onde estaríamos sem gênios como Bill Gates e Steve Jobs.
Mas esse é só um aspecto da vida dos Millennials. Nós também inauguramos as redes sociais (com o Orkut, que “dava de dez” no Facebook) e tínhamos blogs quando eles ainda não eram fontes de renda. Ao mesmo tempo em que experimentávamos o YouTube, assistíamos à MTV. Com um pé no passado e outro no futuro, a Geração Y acompanhou a transição de um mundo analógico para o digital.
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Muitas pessoas acreditaram que o futuro do planeta estava nas mãos dos Millennials – e que faríamos alguma coisa com isso. Nós também achávamos. Porém, quando chegamos à vida adulta, ficou claro que mudar o mundo dependia de muito mais pessoas, muito mais engajamento e, aliás, mudar o mundo para que, mesmo? Esse é só um exemplo entre os inúmeros questionamentos feitos pelos Millennials, que cresceram em uma época em que padrões estavam sendo transformados e, no fim do dia, viram-se confusos e decepcionados.
Ao contrário daqueles que foram jovens entre os anos 1970 e 1980, os Millennials não tiveram um motivo muito claro para lutar. Assim como as comunidades do Orkut, o propósito de cada um poderia variar – e muito. Aliás, tudo varia muito e, no fim das contas, estamos cansados. Nós, os Millennials, fomos protagonistas da transformação digital e, agora, queremos compartilhar alguns memes e assistir ao filme da Barbie em uma poltrona confortável do cinema – com direito a ficarmos emocionados diante do discurso sobre o excesso de tarefas pelas quais uma mulher é responsável.
A outra mudança (essa um pouco mais complicada, mais “de exatas”) é a criptomoeda – tema da principal matéria da edição 279 da Consumidor Moderno. Pelo visto, até o dinheiro vai ser transformado enquanto os Millennials ainda habitam este planeta. E eles que lutem.
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