Nina Silva é um grande nome na luta por direitos raciais. Fundadora e CEO do Movimento Black Money e do D’Black Bank, ela traz um posicionamento forte e necessário com uma grande mensagem para o mercado. “É preciso entender nosso poder de consumo e se renovar ou, então, cair no ostracismo”, afirma. Nascida em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, Silva teve acesso a uma vantagem que a colocou na frente: educação de qualidade, adquirida quando estudou com bolsa em colégios particulares. O resultado foi uma extensa carreira na tecnologia, que teve passagem por empresas como Hasbro, Honda, L’Oréal e Heineken, e a abertura para um mundo agridoce. Entre o sucesso que atingiu e as faces duvidosas que enfrentou por ser mulher e negra, a missão de Silva se tornou a de levar outras pessoas negras e periféricas a criar seu próprio império.
Conheça as startups de Nina Silva
Movimento Black Money: hub de inovação pautado no impulsionamento profissional de pessoas negras.
D’Black Bank: fintech para empreendedores negros com taxas diferenciadas e material educativo.
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CONSUMIDOR MODERNO: Como veio a ideia de fundar o Movimento Black Money?
Nina Silva: Fundei a startup em 2017 com meu sócio, Alan Soares, com o objetivo de criar um hub de inovação, pautado em tecnologia, que trouxesse soluções e autonomia para a população negra no Brasil e no mundo. Estamos falando de poder na era da transformação digital. Percebi que era a única pessoa negra em todos os espaços do setor que frequentava. Somos um grupo de ação e diálogo com os negros do País, considerando que o Brasil é o segundo maior País negro no mundo. Temos cursos tanto de tecnologia quanto de empreendedorismo, e possibilidades para digitalizar seu próprio negócio.
CONSUMIDOR MODERNO: É possível mudar essa realidade desigual de dentro para fora?
NS: É importante dar visibilidade aos profissionais negros. Por isso, destacamos os artigos técnicos dessa população e sua produção de conteúdo. É preciso gerar uma mudança de mindset: “Sim, a Nina pode ser gestora daquele time em vez de servir o café”. As empresas têm de perceber que é necessário colocar pessoas negras em suas cadeiras ou irão perder a vez, cair no ostracismo. É preciso consumir de pessoas negras, contratar fornecedores desse grupo.
CONSUMIDOR MODERNO: Hoje, quais são as histórias de vida de quem mudou a realidade com o Black Money?
NS: Ficamos felizes em ver resultados imediatos. Fizemos um curso apenas para mulheres negras e essa turma gerou várias iniciativas que movimentam o mercado negro. Temos um co-working criado por mulheres periféricas da baixada do Rio de Janeiro, e hoje elas dão aulas de empreendedorismo nesse lugar. Uma das alunas, por meio de nossa indicação, chegou a um cargo de liderança na Ford Foundation. Nossa social media entrou como uma aluna do curso de programação básica e hoje é responsável pelo marketing digital da startup. Falar de tecnologia e economia é falar de acesso, é falar do poder do dinheiro negro.
O número de pessoas negras na tecnologia brasileira é de apenas 4%. O Brasil é composto, em sua maioria, por afrodescendentes (56%)
Fonte: Movimento Black Money
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