Mobilidade sustentável como novo driver para o consumidor de veículos
- Por Paulo Roberto Cardamone
O comportamento do novo consumidor da Geração Z tem direcionado grande parte das mudanças na indústria automobilística mundial. Estes consumidores, os “centennials”, nascidos na segunda metade da década de 90, que se caracterizam por serem altamente conectados e adeptos das interações digitais, valorizar mais o uso do que a posse, as aquisições por vários canais e terem como valor intrínseco a sustentabilidade, responderão por significativa parcela do consumo de veículos nos próximos anos.
Quando olhamos hoje para a avalanche de movimentos disruptivos influenciando a tomada de decisão sobre o futuro da indústria automobilística, nos deparamos com uma busca incessante dos consumidores por maior conectividade, interação, veículo, infraestrutura, infotainment e serviços de mobilidade sob demanda.
O efeito desses movimentos, em uma indústria que sempre teve seu ciclo de desenvolvimento fechado e sob total controle, foi não só a perda do domínio sobre o timing de desenvolvimento de produtos quanto a constatação de que a falta de capital e conhecimento necessários para acompanhar todos esses movimentos, ao mesmo tempo, dependeria de alianças estratégicas com as empresas de tecnologia.
A pandemia do coronavírus fez com que países inteiros tivessem sua mobilidade restringida e intensificou a utilização de formatos digitais nas atividades de negócios, sendo no Brasil a utilização do digital na comercialização de veículos acelerada em mais de cinco anos, propiciando às montadoras lançar novos modelos de negócio, que vão do aluguel a serviços de mobilidade.
Acredito que a principal mudança tecnológica em curso é a busca por sistemas de propulsão limpos que contribuam para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas e atendam aos compromissos globais de redução de gases de efeito estufa, o que já tem refletido em regulamentações globais cada vez mais restritivas aos motores a combustão.
Como o futuro depende das escolhas que fazemos, no presente creio que nosso compromisso com os consumidores deve ser o de debater o conceito de “mobilidade sustentável” e como ele é a solução para evoluirmos cada vez mais para cidades inteligentes.
A visão de mobilidade sustentável é o que precisamos rapidamente promover no Brasil, pois ela busca equilibrar os impactos ambientais, sociais e econômicos nas decisões dos governantes para obtermos os melhores resultados para os consumidores e a sociedade.
Que o carro vai ser elétrico no futuro não há sombra de dúvidas, mas para o Brasil a eletrificação a partir de biocombustíveis possibilitará não só um salto tecnológico quântico quanto a possibilidade de oferta de veículos realmente acessíveis.
O futuro da mobilidade e seus impactos na indústria automobilística é a nova história a ser contada.
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