Co-CEOs: A estrutura de liderança da Dengo
- Por Julia Fregonese
- 5 min leitura
O trabalho de um CEO nunca foi simples. Todavia, gerir uma chocolateria genuinamente brasileira, com mais de 30 lojas no Brasil e planos de internacionalização – uma unidade foi aberta na França, em abril –, parece ser trabalho para duas lideranças. Na Dengo, a cadeira é compartilhada entre Estevan Sartoreli e Túlio Landin, que atuam como co-CEOs.
Esta é uma experiência nova para os dois e tem sido um aprendizado constante. Os CEOs afirmam que é por meio do compartilhamento que conseguem lidar com todas as demandas do trabalho, ao mesmo tempo em que dão mais atenção às pessoas e ao negócio. No entanto, não se pode esperar que dois CEOs irão concordar em tudo. Para Sartoreli, a beleza está justamente no encontro de ideias, de onde saem as melhores decisões para a organização.
“O trabalho de administrar os negócios tornou-se tão diverso e multifacetado, bem como o escopo das responsabilidades, tão abrangente: do físico ao digital, do monocanal ao omnichannel, da inovação ao planejamento ágil, da comunicação ao ativismo de marca, do local ao global. Acreditamos que uma evolução no modelo de gestão é saudável com negócios de crescimento vigoroso”, afirma Estevan Sartoreli. “Uma liderança compartilhada, com clareza de papéis e responsabilidades, e perfis complementares, permite maior agilidade, foco e menor sobrecarga a todos.”
“Para que isso funcione adequadamente, é importantíssimo que a Dengo tenha uma estratégia bem-definida e bem-comunicada e que, entre nós, tenhamos alinhamento e comunicação frequentes e transparentes, além de respeito na forma como o outro lida no dia a dia com suas equipes”, diz Túlio Landin.
À frente de um negócio com uma preocupação ativa com a sustentabilidade e a responsabilidade social, essa qualidade se torna ainda mais necessária. O grande diferencial da marca está na cadeia produtiva sustentável dos chocolates e nos demais produtos vendidos nas lojas. A meta da organização é dobrar a renda de mais de 3 mil produtores de cacau no Brasil até 2030, remunerando-os de forma justa.
“Como CEO, meu papel, com o Estevan, é o de manter esses temas na pauta da empresa e reforçar o quanto eles são importantes para nossa cultura, nosso negócio, nossos clientes, nossos fornecedores e a sociedade de forma geral”, diz Landin, o qual acredita que as pessoas valorizam e dão preferência a empresas que causam esse tipo de impacto, tornando este um diferencial na percepção dos consumidores.
Para alcançar esse objetivo, é necessário que os CEOs tenham um conhecimento aprofundado da cadeia produtiva. “Para construirmos isso dentro da organização, precisamos entender além das fronteiras do negócio”, afirma Sartoreli.
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Proximidade em dobro
Estar perto e disponível para escutar e comunicar é outra habilidade indispensável para a dupla de CEOs da Dengo. Por meio da escuta ativa e empática, além de uma comunicação fluida, os líderes são capazes de transmitir suas ideias e seus questionamentos de forma clara aos demais stakeholders da organização, além de compreenderem os problemas enfrentados pelas equipes para, então, se tornarem viabilizadores de soluções da Dengo.
Proximidade também significa estar visível para os colaboradores. Com isso, equipes, membros do Conselho de Administração, fornecedores e demais participantes desse ecossistema organizacional podem observar como os CEOs praticam aquilo que dizem, liderando pelo exemplo e garantindo que os colaboradores estejam engajados, que tenham uma boa experiência com a marca, uma vez que essa é uma chave para a experiência do consumidor. “Um colaborador engajado pode encantar o consumidor e promover uma relação duradoura com a marca”, afirma Sartoreli.
“Quando o cliente vem para uma loja e sente que é bem tratado, recebido com educação e sorrisos – e que está num lugar bonito, aconchegante e gostoso – tem aquele efeito ‘uau’”, diz Landin. “Participo disso, incentivando todas essas atitudes. Estar próximo é muito importante.”
Empreendendo a vida
O mesmo comprometimento com tantas nuances do negócio é necessário com a disciplina para desconectar e investir em uma relação saudável entre o trabalho e a vida pessoal.
Landin busca utilizar seu tempo fora do trabalho para passar tempo com a família – o que envolve viagens, encontros com os amigos e momentos de jogos –, praticar esportes e dedicar-se à leitura. “Essas atividades ajudam a manter o equilíbrio e a saúde física e mental, que acabam se refletindo no seu humor, na forma como você faz as atividades do dia a dia, na sua produtividade e nos relacionamentos pessoais.”
Sartoreli dedica-se também às atividades físicas, à leitura e aos momentos com os amigos, mas lembra que esta não é uma tarefa fácil. “O desafio é estabelecer um equilíbrio entre a vida pessoal e profissional e sustentá-lo num ambiente de crescentes mudanças e incertezas. Se não estabelecer um limite, sempre haverá uma reunião, um encontro ou um e-mail à espera.”
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