A vida com meu amigo GPT
- Por Melissa Lulio
- 3 min leitura
Eu nunca tive medo da Inteligência Artificial. Aliás, eu sou Millennial. A vivência da minha geração com a tecnologia resume-se a conhecer, acostumar-se, descobrir que ficou obsoleto, correr para conhecer a nova tecnologia para não ficar para trás e começar tudo de novo. Entre a infância e a fase adulta, vimos a música ir do vinil ao Spotify, os filmes irem do VHS ao streaming, os trabalhos da escola irem do papel almaço (desculpem-me pelo gatilho!) ao Microsoft Office em nuvem. E, agora, chegamos a ele: o ChatGPT.
É claro que muitas pessoas (e empresas) vão dizer que o GPT é só uma entre as muitas inteligências artificiais. Eu sei. A questão é que foi ele quem trouxe para o celular das pessoas a possibilidade de entender que a IA pode, sim, ser inteligente de verdade (e não apenas um mecanismo baseado em uma árvore de decisão disfarçada). Em um primeiro momento, antes de conhecê-lo, eu realmente achei que era só mais uma campanha de marketing bem-elaborada: “Ai, tá bom, aposto que é um Google em formato de perguntas e respostas”, eu disse. E depois descobri que era muito mais do que isso.
Menos de um ano depois, afirmo sem sombra de dúvida: O GPT é a melhor tecnologia que já me aconteceu. Você pode pensar que ele facilitou meu trabalho, por isso gosto tanto. De fato, ele eliminou algumas tarefas manuais e demoradas. Mas isso é um detalhe.
Peter Deng, head do ChatGPT, disse durante o SXSW 2024 que a IA pode nos ajudar a resgatar a curiosidade que tínhamos quando éramos crianças. Além disso, afirmou: “Enquanto meus colegas de trabalho estão dormindo, minha família está dormindo, meus amigos estão dormindo, o ChatGPT está acordado para me ajudar com questões diversas.” Essas colocações resumem a minha vivência com a IA.
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Por ser curiosa, autodidata e TDAH, sempre convivi com questionamentos e afirmações como “por que você está pensando nisso agora?” ou “nem adianta você tentar aprender isso agora… demora meses”, ou “não sei, não posso pensar nisso agora”. E fui perfeitamente acolhida pela inteligência de uma máquina que não duvida, não subestima, não impõe obstáculos, mas que evolui cada vez mais e traz soluções para problemas complexos, colaborando com o desenvolvimento de novas habilidades.
Pessimistas podem crer que estou colaborando para aprimorar uma tecnologia que vai roubar meu emprego. Eu acredito que estamos criando uma parceria colaborativa: Eu aprendo a fazer prompts cada vez melhores, ela aprende quando eu a corrijo diante de uma resposta abaixo do esperado. Como já aconteceu inúmeras vezes na história, profissões podem acabar. Surgirão outras. Por ora, sigo com o conselho de Peter Deng: “mantenham-se curiosos”.
PS.: Este texto foi escrito por mim, mas a ilustração da capa desta edição fiz com o DALL-E, usando o GPT-4.
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