* Marcos Schramm
Em março de 2020 iniciou-se um período que tem marcado a vida do brasileiro e de todas as outras nações do mundo, o que praticamente ninguém aguardava, aconteceu. A pandemia do Covid-19 começou seu ciclo de maneira tímida e após 12 meses de duração tem deixado a seguinte lição: ou a sociedade se adapta ou perece. O mundo mudou radicalmente no último ano, e adaptação tem sido a maior habilidade demandada no cotidiano do brasileiro. Medidas de cautela com relação à saúde são tomadas diariamente, decisões e mudanças de estratégias, novos planos, novos negócios, e o principal marco que ocorre na história da sociedade moderna é a ressignificação do lar: o que antes era apenas um local de descanso de muitos cidadãos, se tornou algo mais funcional e adaptado emergencialmente para atender às necessidades da rotina de trabalho de muitos.
Além disso, ao passar mais horas em casa, ambientes ou detalhes que necessitavam de reforma, mas sempre eram postergados, passaram a incomodar mais e demandaram adequações. Principalmente porque muitas mudanças vieram para ficar.
Segundo pesquisa da FIA, em 2020 cerca de 46% das empresas brasileiras adotaram a política de home office. Com a experiência, praticamente 80% dos gestores e empresários se mostraram satisfeitos com a transição do modelo de trabalho. É sabido que a maioria dos brasileiros deseja ter uma experiência de trabalho home office, para evitar o gasto excessivo de tempo com deslocamentos – o que se agrava mais ainda nos grandes centros urbanos e capitais. A pandemia iniciada em 2020 impôs essa necessidade sobre as empresas, que se viram pressionadas a permitirem essa nova modalidade de trabalho, e que de acordo com pesquisas e estatísticas feitas, trouxe melhorias significativas nos resultados e processos internos das corporações.
Com a prática da política de home office, centenas de brasileiros sentiram também a necessidade de readequação de seus lares, para que sua nova rotina de trabalho se tornasse mais profissional, e por consequência a procura por reformas residenciais ao longo de 2020 aumentou significativamente.
O lar moderno de hoje precisa de espaços planejados para descanso, vivência – especialmente para aqueles com crianças – e trabalho. Tendo em vista a crescente procura por alterações de layouts, replanejamento de residências e pequenas expansões, antes de executar uma reforma ou tirar qualquer obra do papel, vale a pena o consumidor observar alguns detalhes:
Planejamento em primeiro lugar
Obras ou reformas por menores que sejam não devem ser subestimadas. A fama das ‘dores de cabeça’ é uma infeliz realidade em alguns projetos, justamente pelo fato de o consumidor subestimar essa etapa crucial. Deve ser colocado no papel primeiramente o quanto de verba – o famoso budget – se tem disponível para a reforma. Depois disso, o próprio consumidor deve escrever o escopo da sua reforma, sem detalhes técnicos, deve-se colocar no papel tudo aquilo que é desejo e está dentro da realidade do orçamento. Isso evita dores de cabeça.
Acompanhamento técnico
Em toda obra ou reforma, por menor que seja, a existência de um responsável técnico é imprescindível, e principalmente no atual contexto pandêmico, o acompanhamento da reforma por um profissional qualificado não deve ser negociável. Antes de conversar com equipes de reformas ou buscar cotações de materiais e serviços, é altamente recomendado que o consumidor busque um profissional técnico – um engenheiro civil ou arquiteto – para que o processo da reforma como um todo seja conduzido por ele, desde o início. O mais importante para o sucesso desse item é a confiança.
Projeto
Com a contratação do profissional para gerenciar a reforma do imóvel, cabe ao contratante realizar junto ao mesmo o projeto construtivo da reforma. Sem a posse desse documento, as chances de insucesso da reforma são exponenciais. Isso significa o aparecimento de diversos custos não previstos inicialmente, gastos desnecessários por falta de planejamento executivo, e sem contar que o projeto é o norte para as equipes de execução conhecerem com detalhes as suas obrigações e o nível de acabamento esperado pelo cliente. Pode parecer paradoxal, mas gastar com um bom acompanhamento de obra e projeto significa economia financeira e de prazo durante a reforma.
Equipes de execução
Aqui também se encontra um critério de rigor a ser cumprido. Convém ao consumidor evitar em qualquer hipótese a contratação de profissionais avulsos, sem liderança ou vínculos formais. Existe uma série de formalidades e controles que as empresas qualificadas na área de reformas aplicam em seu dia a dia de trabalho, e que fazem parte de uma boa gestão de obras. Uma empresa qualificada certamente trará benefícios, como economia de custos e redução de prazos de execução.
Inclusive as reformas residenciais carregam consigo um requisito ímpar no atual período da sociedade: devem ser rápidas! Não confundir agilidade com ‘feito às pressas’, pois o segundo é nocivo ao bolso do consumidor, e o primeiro é resultado de expertise que produz eficiência.
É claro que, além destes, há outros diversos fatores que podem influenciar, mas ao contratar boas equipes com profissionais habilitados e qualificados, podem ser facilmente gerenciados.
* Artigo escrito por Marcos Schramm, Diretor de Engenharia na MASCH