As inovações aceleradas pela pandemia nos fazem olhar cada vez mais para o ser humano e entender sua relação com marcas e empresas através da tecnologia. É engraçado pensar nisso, mas o ambiente físico agora se expande em um ecossistema que também é digital, então estamos a todo momento emprestando expressões da natureza e das relações humanas para falar dessas novas formas de se relacionar.
Com a nova lei geral de proteção de dados (LGPD), uma avalanche de pedidos desliza pelas telas do público, os induzindo a clicar em “Eu Aceito“. Mas para pensarmos nesse aceite, temos que rever certos limites de liberdade individual e relacionamentos. Pense bem, até o Oráculo em Matrix oferece um ‘cookie’ para o Neo antes de rodar o seu programa… Porque, a partir desse sim, inicia-se uma relação na qual as empresas comprometem-se a gerenciar e armazenar os dados dos usuários que, em contrapartida, aceitam receber informações e serem acompanhados de perto pelas marcas.
Isso reflete diretamente no dia a dia de uma martech agency que deve estar preparada para o presente e vislumbrar o futuro das ativações com os consumidores, numa era Phygital em que a simbiose entre o físico e o digital vai representar a totalidade, em uma somatória no entanto que vai pender em cada momento mais para lá ou para cá. Mas será preciso mesmo diferenciar um de outro ou o caminho é vê-los como parte de um todo?
Simbiose?!
Trata-se de um termo referente à associação benéfica/complementar de longo prazo entre dois organismos vivos. Também pode-se dizer da interação entre dois ou mais organismos diferentes; ou até sobre uma associação íntima entre pessoas.
Já deu para entender para que lado estamos caminhando?
Podcast Circle Consumidor Moderno: A nova realidade dos eventos é phygital; ouça e saiba o que esperar
Pois é, a partir do primeiro contato com o púbico nos conectamos à ele através de ferramentas digitais para incrementar e acompanhar sua jornada sempre com muito respeito aos dados fornecidos. Assim como num namoro devemos ser transparentes, leais, gentis, cordiais e pensar no longo prazo e benefício de ambas as partes do relacionamento.
O relacionamento híbrido
Na era phygital podemos pensar em lives em que o complemento do físico pode ser o digital, mas que a premissa contrária é tão real quanto. Em que, na verdade, definir quantos por cento de um ou de outro está cada vez mais difícil de se compreender. Se participantes estiverem conectados a um evento, seja para assistir ou aprender com grandes especialistas e ao mesmo tempo serem protagonistas através de enquetes, games ou até mesmo também entrarem ao vivo na telinha, o presencial tem que existir para ser um diferencial. Afinal de contas, mesmo quem estiver fisicamente no evento vai se conectar com seu celular e participar das ativações acima descritas.
No PDV gatilhos como QR Codes para sites fazem o consumidor se conectar a marca, se aprofundarem no assunto ou numa promoção, ou também os levam às redes sociais para acompanhar de perto e curtir o que aquela empresa oferece, comunica e entrega.
Quando os eventos voltarem ao presencial sem restrições, eles não deixarão o digital para trás, pois essa conexão sempre se estabelecerá para dar continuidade no contato com o público que hoje não vive sem seus smartphones em mãos. A jornada do participante deverá sempre ser pensada no físico e no digital para conectar, encantar e entregar a melhor experiência. Por isso o UX (User Experience) deve ser levado ainda mais em conta nesse novo contexto de relacionamento entre marcas e consumidores, onde as experiências marcantes ficam guardadas na memória física e digital.
Assim como vale sempre a pergunta inicial – você aceita começar a relação? – cabe também a continuidade – e aí, vamos namorar?
Siga sua marca favorita nas redes sociais e parta para o like attack, quem sabe vocês não dão match um dia.
* Fabio Pacheco é Head de Estratégia Criativa da Netza, idealizadora da Circle Aceleradora
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