O número de brasileiros que decidem sair de vez do país cresceu nos últimos anos. Segundo dados da Receita Federal, entre 2011 e 2015 as solicitações da Declaração de Saída Definitiva do país aumentaram 67%, sendo que, em 2011, 7.956 declarações recebidas e em 2015, o número de pedidos aumentou para 13.288 pedidos de migração definitiva.
Um exemplo é o empresário Junior Durski dono da rede de restaurantes Madero, com 63 unidades no Brasil. Segundo reportagem da revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios, o empresário acaba de abrir uma nova casa de lanches em Miami, nos Estados Unidos. Outra empresária brasileira que decidiu abrir o próprio negócio nos Estados Unidos é a gaúcha Larissa Piazzi, que inaugurou a brigaderia Made With Love em Miami.
Aliás, entre os destinos favoritos dos Brasileiros está a Flórida, nos Estados Unidos. Vista antes como um local para passar as férias, a cidade virou alvo de brasileiros que decidem investir e morar nos EUA. Segundo dados da Associação dos Corretores de Imóveis dos Estados Unidos, os brasileiros costumam investir cerca de US$ 587 mil em residências na Flórida. Ainda segundo o levantamento, desde 2008, 23 mil casas foram vendidas para brasileiros.
A advogada, especialista em visto americano, Ingrid Baracchini, dá algumas dicas para quem deseja ir para os Estados Unidos para empreender por lá.
Opções para imigrar:
*Investir 500 mil dólares nos Estados Unidos para obter o visto EB5: nesse caso, você investe num “regional center” (que administra projetos de investimento) e recebe o visto EB5, que é válido por até 2 anos. Se o projeto investido por você demonstrar que gerou, no mínimo, 10 empregos, você terá a troca do EB5 por um Green Card, que terá validade por 10 anos e, após, 5 anos poderá se naturalizar como cidadão norte-americano.
Para dar início a esse processo de investimento nos EUA, é preciso ter US$ 500 mil (período da criação da empresa até a obtenção do documento definitivo). Se o investimento der certo, essa quantia é devolvida ao investidor depois, entre 5 e 7 anos.
*Ter uma empresa de porte médio/grande no Brasil e abrir filial nos EUA: é possível a abertura de uma filial brasileira nos Estados Unidos. O ramo de atuação pode ser diverso do praticado no Brasil e não há um valor mínimo para investir. No entanto, o empresário deve desenvolver um “business plan” (plano de negócios) de 3 anos fazendo um planejamento orçamentário do seu negócio, quanto será investido e deverá comprovar que a empresa brasileira tem capital para este investimento. Este caso é beneficiado pelo “premium processing” e pode ser julgado em 15 dias úteis. Em casos de start-up, o visto é concedido por 1 ano com extensões de 2 em 2 anos até o máximo de 7.
DICA: A imigração pode solicitar o Request Further Evidence (RFE), uma espécie de pedido de informação adicional. Ingrid explica que isso significa que o processo não foi negado, mas que a imigração quer mais informações antes de tomar uma decisão.
“A imigração tem o direito de pedir o que quiser e julgar necessário para tomar uma decisão. Os documentos solicitados podem ser desde uma foto, um documento adicional ou uma carta de referência, por exemplo. O importante é não atrasar a entrega desses documentos pedidos por eles”, observa Ingrid Baracchini.
*Green card: A residência permanente nos EUA também conhecida por “Green Card” permite ao cidadão estrangeiro residir como se americano fosse. É possível conquistar o Green Card através de investimento (visto EB5), parentes americanos (cônjuge, filhos, pais ou irmãos) ou através de vistos de não-imigrantes de trabalho, que podem vir a ser requisitados pelo empregador caso preencham os requisitos legais.