Se você fosse despedido e tivesse dificuldades para arranjar imediatamente outro trabalho na mesma área, o que você faria? Aceitaria como uma fatalidade e aguardaria um momento mais propício para arranjar emprego? Procuraria alternativas para trabalhar e ganhar dinheiro, mesmo que não fosse, exatamente, aquilo que você costumava fazer? Ou continuaria procurando na mesma área até arranjar alguma coisa?
Questões como essas fazem parte do teste “Você está pronto para ter seu próprio negócio?”, criado pelos especialistas da Serasa Experian com o objetivo de ajudar as pessoas que têm interesse em abrir um negócio a fazerem um auto-avaliação. Para fazer o teste, clique aqui.
O questionário contempla tópicos que envolvem iniciativa, coragem de empreender, riscos e capacidade de lidar com frustração. Com duração de cerca de 15 minutos, a ferramente traça o perfil da pessoa, indica os pontos fracos e também dá breves dicas do que rever e de por onde começar.
Hora de empreender
De acordo com o último levantamento do Indicador Serasa Experian de Nascimento de Empresas, a abertura de novos negócios bateu recorde neste ano. Entre janeiro e julho de 2016 o país contabilizou a criação de 1,2 milhões de novas empresas, 1,8% mais que nos meses em 2015 e o maior número para o período desde 2010.
Segundo os economistas da Serasa Experian, este número vem sendo puxado pelo surgimento de novos microempreendedores individuais (MEIs). Este movimento tem sido determinado, principalmente, pela perda de postos formais no mercado de trabalho, impulsionando trabalhadores desempregados a buscarem, de forma autônoma, alternativas para geração de renda.
O que levar em consideração
Os profissionais da Serasa Experian, que estão trabalhando em parceria com o projeto Aliança Empreendora na criação de programas de apoio a microempreendedores, fizeram também uma lista de fatores a se levar em consideração quando a ideia de abrir um negócio próprio surgir. Veja:
– Retome seus sonhos esquecidos. Trabalhar com o que gosta aumenta as chances do seu negócio dar certo.
Identifique quais são suas aptidões, pontos fortes e fracos e descubra se poderá iniciar seu negócio sozinho ou se precisará de ajuda.
– Não tenha medo de sonhar alto na hora de idealizar o seu empreendimento, imaginando o cenário perfeito: clientes satisfeitos, funcionários bem preparados, ambiente funcional e bonito. Agora olhe para os recursos que você já possui e analise com quais deles já é possível iniciar o seu negócio.
– Nesta primeira etapa vale começar pequeno e assumindo riscos calculados. Se sua ideia é ter uma loja de bolos, por exemplo, mas ainda não tem recursos para abrir o estabelecimento fisicamente, avalie a possibilidade de começar cozinhando em casa.
– Mesmo iniciando de maneira mais simples, nunca perca de vista seu objetivo e não deixe de inovar. No caso do exemplo da loja de bolos, invista em receitas novas, busque por videoaulas e vá aprimorando o seu produto.
– Lembre-se que o relacionamento com os clientes é a espinha dorsal de seu negócio: ao atender amigos ou conhecidos trate-os como qualquer clientes, cumprindo prazos de entrega e mantendo o profissionalismo na relação.
– Mesmo que sua empresa seja muito pequena e o investimento inicial tenha sido proveniente de recursos pessoais, mantenha um controle financeiro separando sua verba e o dinheiro do negócio. Para isso, você deve uma conta bancária pessoa física e outra pessoa jurídica, completamente separadas.
– A separação das contas permite identificar se há custos altos demais na empresa e, assim, fica mais fácil tomar providências.
Acompanhe a movimentação de seu fluxo de caixa: quanto entra e quanto sai?
– Evite fazer as conferências de extratos, canhoto de cheque etc. da conta pessoal no trabalho e vice-versa. Mantenha a separação total para impedir a tentação de pagar apenas uma continha pessoal com o dinheiro da empresa, por exemplo.
– Antes de fechar um pedido ou fazer alguma aquisição para a empresa, verifique se há dinheiro suficiente no caixa. Caso não haja, adie ou diminua o pedido, mas evite sempre “pegar emprestado” de sua conta pessoal.
– Também não vale o caminho contrário: se suas despesas pessoais extrapolaram o orçamento, não comprometa o caixa da empresa para cobrir o rombo. Procure recorrer a outros meios.
– Conheça seus prazos de recebimento e respeite seus prazos de pagamento, tanto na vida pessoal como na empresarial.
– Não comprometa dinheiro da empresa que ainda não está na conta. Espere até que os pagamentos sejam efetivados para só então empenhar a verba. Pode acontecer de o dinheiro esperado “não entrar” e você ser obrigado a desviar recursos de sua conta pessoa física.
– Mesmo que você não tenha muita familiaridade com dados e indicadores econômicos, como empreendedor, é importante procurar orientação para entender e acompanhar alguns deles, como faturamento, custo fixo, custo total, margem de lucro e nível de endividamento.
– Estabeleça um pró-labore: verifique quanto é necessário para sua sobrevivência pessoal e, se o valor for compatível com o faturamento obtido por seu negócio, restrinja suas retiradas a essa quantia estipulada, mesmo que o lucro em determinado mês tenha sido mais alto.
– Aproveite os meses de “vacas gordas” para criar uma reserva e enfrentar momentos de crise. E fuja da tentação de gastar o dinheiro excedente com despesas pessoais.
– Quando for necessário fazer um empréstimo para injetar dinheiro na empresa, evite recorrer aos financiamentos para pessoa física. Opte por linhas de crédito para pessoa jurídica. Além de ser mais barato, ajuda a manter a separação das contas. E mais importante: planeje-se para pagar as prestações.
– Caso perceba que são necessários cortes mais radicais, não espere para agir. Faça uma análise de seus custos, pense em ações que busquem economizar. Adiar essas ações coloca em risco a existência do negócio e, consequentemente, de seu meio de vida.
– Lembre-se que uma empresa em crise é uma condição para buscar formas criativas de mudança. Se você não muda a forma como está atuando não vai mudar a situação em que se encontra. Ao sair do colapso financeiro, o pré-requisito é evitar cometer os mesmos erros.
– Serviços de apoio ao pequeno empresário e consultorias especializadas podem ajudar na construção de uma nova realidade financeira para a empresa. Além disso, há muita informação gratuita na internet, seja sempre curioso e busque estar em constante aprendizado.