O deputado federal, Marco Feliciano (PSC) apresentou no fim de setembro um projeto de lei que proíbe a “profanação de símbolos sagrados” em manifestações artísticas em filmes, programas de TV, games e até mesmo em jogos de RPG – o jogo de representação de um personagem fictício. Em tempo: profanar é desrespeitar o que seria santo ou sagrado.
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A ideia de Feliciano é promover uma alteração no Estatuto da Criança e do Adolescente. O texto deixaria claro que “profanar o sagrado” na TV, cinema, DVD, jogos eletrônicos e de interpretação – RPG, exibições ou apresentações ao vivo abertas ao público, tais como as circenses, teatrais e shows musicais.
O texto, no entanto, não deixa claro o que seria “profanar” na visão de Feliciano, o que abre margem para diversas opiniões. A banda Iron Maiden e a cantora Lady Gaga já fizeram apresentações com uma temática cristã – nesse contexto aberto, é possível interpretar uma profanação pelos artistas simplesmente fazerem menção a Deus, Judas ou o demônio.
Santander
No projeto de lei, o deputado afirma que não se trata de censura, mas uma mudança na classificação indicativa. “A classificação é um processo democrático, dividido entre o Estado, as empresas de entretenimento e a sociedade, com o objetivo de informar às famílias brasileiras a faixa etária para qual não se recomendam as diversões públicas”, disse no texto.
No entanto o próprio deixa claro que o motivo foi a recente exposição do Santander, exibida no Rio Grande do Sul. “Logo, diante do ocorrido na semana passada, nossa sociedade se deparou com uma exposição de arte promovida pelo Banco Santander, na cidade de Porto Alegre/RS, que atentou aos princípios éticos, morais e religiosos de toda a sociedade no momento em que desrespeitou símbolos sagrados (arte profana). Como se não bastasse, o Santander expôs “obras” que retrataram a apologia à pedofilia e ao crime contra os animais (zoofilia). É isso o que queremos para a nossa sociedade?”, diz ele.