O PAW auxilia pessoas com deficiência visual a localizar possíveis obstáculos através de raios ultrassônicos em um ângulo de 120°. Ainda um protótipo, a ideia foi desenvolvida pelo grupo de pesquisa pernambucano WearIT, que ganhou o prêmio global da ONU no World Summit Youth Awards (WSYA).
Utilizando uma tecnologia vestível, o objeto funciona como um óculos que, através de um sensor, identifica obstáculos a frente para que o deficiente visual possa desviar. Desenvolvido no início de 2013 com mais seis pessoas de diferentes áreas, entre elas psicologia, computação e engenharia, o protótipo chegou a ser uma espécie de controle remoto, que logo foi descartada para não ocupar as duas mãos de uma pessoa, já que, costumeiramente, utiliza a bengala.
Por esse motivo, o óculos se tornou a opção mais viável para ajudar na locomoção. “Fizemos muitas pesquisas e percebemos que eles já possuem a bengala, um instrumento importante e que não pode ser substituído. Nesse caso, criamos um óculos que identifica o que está na parte superior através de um feedback tátil”, explica o estudante universitário Marcos Oliveira, um dos criadores do projeto.
Funcionando como um sensor de ré o óculos vibra quando algum objeto se aproxima. Além disso, uma pulseira pode ser usada para que o sensor vibre em outra parte do corpo, como braço ou pulso.
“Um equipamento como esse, se aprimorado, aperfeiçoado à realidade do dia a dia, com certeza pode, no futuro, ser muito útil”, analisa Alberto Pereira, deficiente visual e consultor de tecnologia assistiva.
Um dos principais fatores de inovação do projeto é um aplicativo que auxilia identificando rotas e funciona de forma integrada ao óculos. “Eles interagem de maneira acessível, então o aplicativo vai informar qual o melhor roteiro a ser feito. Mas os dois também podem ser usados de forma separada”, conta.
Outra solução desenvolvida pelos pesquisadores foi uma plataforma colaborativa, na qual é possível reportar obstáculos das rotas traçadas, para tornar o dispositivo atualizado e cada vez mais natural.
“As pesquisas foram essenciais para o sucesso porque pudemos entender as necessidades de uma forma que foi bastante emotiva. Ao testar o dispositivo nas associações, muitos queriam comprar porque percebiam no quanto auxiliava”, lembra Marcos.
Marcos parece ter resolvido com o PAW uma grande questão de outras tecnologias semelhantes: o preço. Os aparelhos criados até hoje sempre chegaram ao mercado com preços elevados, mas a produção dos óculos brasileiros em escala industrial é bem mais barata. “O protótipo mais simples que criamos custou em torno de R$ 45, o mais sofisticado, R$ 160”, conta Marcos Antônio.
O objetivo do grupo agora é tornar o protótipo uma realidade para as pessoas que precisam, provocando mudança no cenário e ambiente para o deficiente visual.
Com informações do portal Diário Pernambucano.