O Congresso Mundial da Consumers International abriu os trabalhos de sua 20ª edição pela primeira vez em solo brasileiro. A Consumers International é uma organização que congrega instituições voltadas para a defesa e o empoderamento do consumidor em 120 países e realiza o seu evento mundial a cada quatro anos em diferentes países. O Brasil foi escolhido como sede pelo fato de nosso Código de Defesa do Consumidor comemorar 25 anos em 2015.
James Guest, presidente da Consumers International deu as boas-vindas destacando a força da colaboração dos membros da CI no sentido de promover cada vez mais a inclusão e o empoderamento dos consumidores mundo afora. “Unidos e solidários seremos bem-sucedidos nesse processo de liberar o poder do consumidor para promover a mudança no mundo”, destacou o presidente da CI.
A seguir, Amand Long, diretora-geral da Consumers International, por sua vez, agradeceu o grande comprometimento da Senacon para a realização do evento no Brasil. Amanda, com bom humor, destacou que Juliana Pereira, Secretária Nacional do Consumidor pediu para que o World Congress fosse realizado aqui por motivos indiscutíveis. Uma Copa do Mundo em 2014, Olimpíadas em 2016. Nada mais natural ter o congresso da CI em 2015.
Amanda destacou o poder da economia colaborativa, as oportunidades originadas pela tecnologia que podem atuar no interesse dos consumidores. Amanda destaca o AirBnb como ponta de lança dessa mudança. Uma inovação que significa cooperação multinacional com recursos e poderes que pavimentam uma mudança significativa na maneira pela qual milhões de consumidores podem viajar. E a CI e seus membros podem colaborar de modo mais efetivo, com mais ações, para multiplicar esse impacto. AirBnb e Uber são forças disruptivas que afetam até a noção, o sentido do que sejam consumidores no mundo de hoje, bem como mudam seu comportamento.
Pela primeira vez na história a informação circula de baixo para cima. Isso impõe que as empresas mudem sua forma de atuar, no sentido de respeitar mais os consumidores. E temos de nos mover ainda mais rápido para acompanhar essa evolução acelerada. “Os desafios a partir da digitalização que enfrentamos estão remodelando a forma pela qual interpretamos a defesa e os direitos do consumidor”, enfatizou Amanda.
“Podemos realmente entregar o que os consumidores precisam nesse novo cenário? A maioria dos consumidores no mundo estará conectada em 2020 e ao mesmo tempo, precisamos integrar e incluir as pessoas que não têm acesso ao mercado. Para eles, as mudanças não acontecem na mesma velocidade que vivemos”, comentou a diretora da CI. E concluiu: “Devemos entregar mudanças positivas para os consumidores e dos consumidores”.
Amanda Long, diretora da CI: a própria definição de consumidor muda nesses tempos digitais
Guilherme Valles, Diretor de comércio internacional de bens e serviços da Conferência das Nações Unidas para comércio e desenvolvimento, comentou sobre a importância do desenvolvimento sustentável e a nova orientação da ONU para a proteção dos consumidores mundiais.
A presidente Dilma Rousseff abriu os trabalhos dessa manhã agradecendo os profissionais que atuam nos PROCONs do Brasil. A seguir, destacou o orgulho do país em receber o Congresso da Consumers International. “A escolha do Brasil como sede desse congresso muito nos honra, ainda mais por comemorarmos os 25 anos de nosso Código de Defesa do Consumidor”. A seguir destacou as políticas de inclusão social e de defesa efetiva do consumidor. “A defesa do consumidor é parte intrínseca da agenda de desenvolvimento do país. Ao levarmos pessoas a poderem desfrutar produtos e serviços, fazemos elas exercerem a cidadania na plenitude. Estabelecemos a defesa do consumidor como política de estado e não de governo, justamente para que esse assunto esteja na ordem do dia em nosso processo de desenvolvimento”. A presidente ainda destacou que o aprimoramento regulatório dos serviços públicos, a proteção de consumidores mais vulneráveis e criação de programas efetivos de conscientização e a disseminação de ideias e ações globais fazem parte do escopo da política de estado e de defesa dos consumidores no país. E finalizou destacando que os trabalhos do CI irão contribuir para a construção de uma agenda global de defesa do consumidor.
Presidente Dilma Rousseff: defesa do consumidor é política de estado
O Ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo também participou da abertura do evento. Em sua opinião, o 20º congresso da CI é motivo de orgulho para todos os brasileiros. “pela primeira vez na história de nosso país, temos uma política nacional de direito do consumidor, uma política de estado. E o Código de Defesa do Consumidor foi um dos grandes monumentos legislativos da nossa história”. O direito do consumidor é um importante instrumento de cidadania. Segundo Cardozo, a presidente da República sempre defendeu a ênfase na defesa do direito do consumidor. Foi um passo à frente após o CDC. O ministro disse que “o carro-chefe do nosso Plano Nacional de Consumo e Cidadania é o consumidor.gov. São 290 empresas conveniadas. Uma interação entre empresas e consumidores, conduzidas pelo governo para que as situações sejam resolvidas. Não por acaso, mais de 80% das demandas lançadas no consumidor.gov são resolvidas em até 7 dias, sem custos judiciais e em favor de empresas e de consumidores”.
A Secretaria Nacional do Consumidor, Juliana Pereira da Silva agradeceu efusivamente o apoio da presidente e também do Ministro da Justiça. “Uma pessoa simples que hoje está aqui participando da abertura de um congresso desse porte é muito emocionante”.
Em comum, o novo momento dos consumidores mundo afora, com o poder das redes sociais e da conectividade nas mãos.
*Jacques Meir – Diretor de Conhecimento e Plataformas de Comunicação do Grupo Padrão
Leia Mais: Como empoderar o consumidor