O Zika vírus tem deixado as grávidas de cabelos em pé. A possibilidade de contrair o vírus e suas temidas consequências – entre elas a microcefalia – provocaram corrida em busca de repelentes e exames para testar a presença ou não do vírus no organismo. No entanto, a realização desses exames é, segundo informações do UOL, complexa e bastante cara, podendo chegar a até R$ 1600. Esse seria um fator excludente para a maior parte dos consumidores.
No entanto, esse cenário pode estar mudando agora. A Agência Nacional de Saúde (ANS) determinou que, a partir de 6 de julho, os planos de saúde serão obrigados a cobrir os exames para detecção do Zika Vírus em gestantes e bebês com diagnósticos de infecção pela doença. A informação é da Proteste Associação de Consumidores, que havia solicitado a inclusão desse exame no rol de procedimentos obrigatórios na cobertura dos planos, nem que fosse em caráter extraordinário, diante da alta incidência da doença no país.
No entanto, apesar da inclusão ser considerada uma grande vitória para a Proteste, a Associação ainda não se vê como satisfeita, pois abrange somente as gestantes e recém-nascidos com microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central, ou cujas mães tenham apresentado teste de diagnóstico com resultado positivo para infecção pelo Zika Vírus. Nas reuniões do grupo técnico do qual participou, a Proteste solicitou a cobertura dos exames do vírus Zika para todos os pacientes. A ideia era garantir um diagnóstico precoce, além de tratamento digno e pleno às pessoas já expostas a uma situação iminente de risco. Mas permaneceram de fora da cobertura os parceiros das gestantes, os idosos e as crianças.
Assim, a associação vê incoerência na restrição a estes pacientes, uma vez que os exames para diagnóstico de dengue e chikungunya já fazem parte da lista de procedimentos obrigatórios aos planos, sem restrição por tipo de paciente (Inclusive, para a dengue, estão disponíveis os testes de IGM e IGG). Até porque trata-se de doenças com características relativamente parecidas.
A norma foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (6), para vigorar em um mês. Os exames que farão parte da lista são: PCR (Polymerase Chain Reaction) para detecção do vírus nos primeiros dias da doença; o teste sorológico IGM, que identifica anticorpos na corrente sanguínea; e o IGG para verificar se a pessoa já teve contato com Zika em algum momento da vida.
De acordo com a ANS, as diretrizes foram estabelecidas com base na literatura científica mundial que indica as gestantes como o grupo populacional com maior potencial para sofrer danos com a infecção pelo Zika Vírus. Os testes de anticorpos IGM e IGG pelo método Elisa apresentam execução técnica mais simples e custo mais baixo.
A incorporação extraordinária dos exames para diagnóstico de Zika foi aprovada pela diretoria colegiada da ANS, em parceria com representantes do setor, incluindo a Proteste. A discussão e definição da proposta de inclusão dos testes teve também a participação da Associação Médica Brasileira (AMB), Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (Anab), Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão (Anapar); Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), Autogestão em Saúde (Unidas), Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Federação das Sociedades de Ginecologia (Febrasgo), Federação Brasileira de Hospitais (FBH), Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), Unimed Brasil e União Geral dos Trabalhadores (UGT).