A ESPN é uma empresa que dispensa apresentações – especialmente para quem é apaixonado por esportes. Porém, mesmo para quem é fã ou público engajado e apaixonado por essa empresa, conhecer a estratégia por trás do canal de TV é uma possibilidade indispensável. Por isso, o Whow! Festival de Inovação convidou João Palomino, vice-presidente de Jornalismo e Produção da ESPN, para apresentar as inovações da empresa.
No início de sua apresentação, Palomino mostrou ao público vídeos engraçados, de vivências de repórteres, apresentadores, âncoras e narradores. De acordo com ele, a proposta do canal também é “tirar a sisudez que o esporte vive hoje”. E a estratégia que tem funcionado.
Ao mesmo tempo, porém, Palomino conta que a ESPN se posicionou como uma empresa que ousa falar sobre temas importantes ligados ao esporte, que tem uma postura política dentro do mundo esportivo. “Entendemos que nosso espectador nos acompanha e nos respeita por isso”, diz.
Um dos grandes exemplos nesse sentido é a forma como a ESPN reforça o papel da mulher nos esportes. “Lutamos muito por inclusão da comunidade LGBT, de mulheres, entre outras minorias”, afirma. “Tratamos isso de forma séria”. Por isso, a empresa criou a espnW, voltado para o esporte feminino. Confira a campanha.
Inovação
Ao mesmo tempo, ele ressalta os esforços do canal para estar presente em todos os meios possíveis. “Devemos alcançar o fã de esporte, onde quer que ele esteja”, diz. “Isso nunca foi tão verdade quanto hoje”. Por isso, hoje, a empresa está disponível 24h por dia, sete dias por semana.
“Entendemos, há algum tempo, que uma vez que a tecnologia nos ajuda e os hábitos vão se moldando, devemos nos adaptar”, argumenta. “Não basta mais ter o melhor conteúdo se estivermos acomodados em uma plataforma, precisamos encontrar caminhos para estar onde ele está”. No jornalismo, isso gera desafios cada vez maiores – uma vez que para cada caminho há uma técnica, perfis de público e de profissional diferente.
Novos meios e estratégias
O medo do novo contexto, como explica Palomino, não é necessário – e nem faz sentido. O ideal é estar alinhado à inovação. Por isso, a Disney, detentora da ESPN, criará seu próprio canal de streaming. Mas, ao mesmo tempo, cria uma parceria com Netflix para o desenvolvimento de um documentário sobre Michael Jordan. “O conteúdo 24/7 é uma demanda constante”, diz.
Além da presença, a estratégia da ESPN passa pela tentativa de ser um canal para todos – mesmo para quem ainda não entende de esporte. “Olhar para as pessoas e entendê-las é a maior inovação possível hoje”, defende. “Só gostamos do que entendemos, e quando você tem uma transmissão que consegue respeitar o heavy user e pessoas novas, explicando, habituando as pessoas, tudo é melhor”. E o futuro é promissor: segundo Palomino, haverá um tempo em que um aplicativo garantirá a convergência de todos os conteúdos a ESPN.