A plataforma ?Inteligência de mercado ? materiais de construção?, do grupo Revenda, concluiu na última semana estudo sobre o segmento do varejo que é extremamente significativo para o PIB nacional, mas um dos últimos colocados quando o assunto é e-commerce. Pesquisa foi intitulada ?Tendências do ambiente digital para consumidores que estão reformando ou construindo? e abrangeu universo de 720 consumidores das classes A e B (com renda média acima de R$2.654) de quatro regiões do Brasil.
O relatório mostra que 78% dos entrevistados usaram a Internet como meio de consulta de informações sobre materiais de construção, mas não para efetivação de compras. O gestor da plataforma, Newton Guimarães, explica que para melhorar a conversão no comércio digital do setor, três fatores precisam ser considerados.
?O primeiro é a questão cultural, já que o brasileiro não está acostumado a comprar materiais de construção pela Internet como o faz com moda ou acessórios, por exemplo. Depois vem a falta de preparo dos varejistas, que só agora estão começando a oferecer sites mais convidativos e, em terceiro, a falta de maturidade das indústrias do segmento para o e-commerce?, elenca.
Viabilidade
Guimarães não tem dúvida de que o comércio eletrônico no segmento vale a pena do ponto de vista financeiro. ?A pergunta não é se o e-commerce no setor se tornará realidade e sim quando isso acontecerá. Vale a pena assumir essa premissa?, diz. Para ele, 2014 será um ano emblemático para os materiais de construção na web. ?Os consumidores já estão pesquisando e comparando preços na Internet. Falta pouco tempo para que presenciemos a consolidação das transações comerciais?, prevê.
No entanto, de acordo com o gestor da plataforma, nem mesmo os varejistas mais evoluídos no e-commerce ? C&C, Telhanorte, Tendtudo, Casa Show, Balarotti e Tumelero ? atingiram a integração entre os canais. ?Se na maioria dos outros segmentos do varejo o omnichannel ainda não está bem desenvolvido, quanto mais no de materiais de construção, que passa pela fundação do e-commerce propriamente dito?, explica. O conceito de omnichannel foi criado para designar a convergência e integração completa entre todos os canais (web, mobile, catálogo, loja física, televendas, etc).
A Leroy Merlin colocará seu e-commerce em funcionamento ainda este ano. Entre as indústrias, os sites da Suvinil e Coral são referência. Há ainda os varejistas nativos digitais, dos quais se destacam Madeira Madeira e Mais Construção.
Conclusões
A pesquisa indica que apenas 16% dos entrevistados em quatro regiões do Brasil não usaram a Internet enquanto durou a obra em sua casa. Dos 21% que alegaram ter comprado materiais de construção, as categorias predominantes foram fechaduras, lâmpadas, chuveiros elétricos, acessórios para banheiro, assentos sanitários e ferramentas manuais.
As informações do estudo levam à conclusão de que há forte ligação entre varejo físico e e-commerce e que os melhores desempenhos regionais coincidem com a presença física da rede. Portanto, a Internet já serve como referência para o segmento, mas não ainda para a compra online.
Segundo relatório desse ano da e-bit, o segmento de Casa e Decoração é o sétimo maior em volume de pedidos. Os home centers estão tornando-se líderes nas transações, com vantagens sobre varejistas ?pure players?, aqueles nascidos no ambiente virtual.
Newton Guimarães fala que os consumidores relataram uma grande necessidade de ?tocar, sentir texturas, verificar encaixes?. Para superar tal desafio no ambiente digital, os sites poderiam investir em resolução de fotos cada vez maiores, disponibilização de informações contextuais e técnicas e a utilização de maior tecnologia possível na visualização.
?Daí outro insight valioso: mesmo sem poder tocar, os consumidores se mostraram muito receptivos para comprar pela Internet cimento, argamassa, tubos e conexões, desde que fossem de marcas bem conceituadas e dentro de certas características?, revela.