Há tempos que estamos assistindo uma revolução no varejo tal qual sempre o entendemos. Não é possível se falar em varejo nos grandes centros sem falarmos de experiência de compra.
Ainda é possível apenas ?vender?, sem se preocupar com isso (e existe tanta gente ainda fazendo isso!), mas não é possível pensar grande, crescer, estando na inércia da inovação e da conexão com seu público consumidor.
Não sobreviverá por muito tempo quem tem apenas o melhor preço. Como estratégia inicial, pode até ser que funcione durante algum tempo, porém corre-se o risco de uma hora para outra aparecer alguém mais barato que você, e ?bau-bau?, lá se foi sua estratégia.
Mesmo na guerra de preços de regiões como a 25 de Março em São Paulo ou o Saara, no Rio de Janeiro, a cada dia, consumidores estão buscando mais do que apenas preços em suas compras. Se para o consumidor economizar ainda é importante, a possibilidade de se comprar em um local diferenciado ou único é muito mais atrativa.
Parafraseando um amigo meu, o Fred Rocha do Varejo 1: ?Tem só preço a oferecer quem não tem nada a oferecer?. Também sabemos que hoje, entretanto, focar toda a estratégia em algo novo, como um novo produto, pode ser um risco se for encarada como uma estratégia de longo prazo.
É certo que um produto hoje pode ser hype, trendy, moda, ou qualquer outra definição que represente o interesse do momento, mas, e depois disso? E quando deixamos de ser atrativos? Como sobreviver?
Pegue como exemplo o mercado de franquias. No ramo de alimentação, depois de uma onda de marcas de ?iogurtes do tipo frozen?, agora estamos vivendo a invasão das ?paletas mexicanas?, com dezenas de novas marcas. É certo de que o produto é novidade, e há grande interesse, mas não há interesse de longo prazo para tantas novas marcas. Nesse caso específico, também me pergunto o que será dessas marcas a partir do próximo outono.
De fato, só sobreviverá quem oferecer algo realmente ?distinto? e que de fato conquiste o consumidor como marca.
O varejo hoje é experiência pura. Uma boa experiência, uma boa impressão causada pelo cliente, é essencial para que esse frequente sua loja, frequente sua marca.
O varejista deve parar de se encarar apenas como um simples espaço para se entender como um conceito de marca. Porque marca não é só ?grife? ou o nome que vai escrito na etiqueta. Se entender como marca é para qualquer varejista, de qualquer porte ou ramo.
Quer se entender como marca? Pergunte-se a si mesmo: Quem é você, e porque você compraria em sua loja? Se a resposta demorar para surgir ou não for tão clara, se os motivos de existir não estão fortemente estabelecidos, está na hora de pensar em se reposicionar ou se reinventar.
* Caio Camargo é blogueiro especializado em varejo