Há anos em que se fala de uma eventual morte do PC, aquele velho estilo de computador de mesa que não dá para levar para lugar algum. Apesar dos prognósticos, esse cenário não está tão próximo de acontecer. Esta, pelo menos, é a expectativa e estratégia da Positivo. O alvo principal: o mercado corporativo.
Olhando os números da companhia em 2017, a investida faz todo o sentido. No último trimestre do ano passado, a companhia deu um salto de 378,1% nas vendas em comparação ao mesmo período de 2016: saiu de minguados R$ 54 milhões para R$ 258,3 milhões. O potencial, no entanto, é muito maior. É o que acredita o executivo Luís Vissotto, diretor comercial corporativo de grandes contas.
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Ele assumiu a posição em outubro do ano passado para mudar a forma como a Positivo se relaciona com as grandes empresas. A empresa encerrou 2017 com computadores em apenas duas das 500 grandes empresas do Brasil. “Até o fim de 2019, queremos estar 10% das maiores companhias do Brasil”, diz Vissotto.
E os números da consultoria IDC, uma das principais do setor, mostram que a Positivo tem motivos para ser otimista. No ano passado, o mercado de computadores pessoais cresceu 15,6% em comparação a 2016. Uma ótima notícia: o mercado não tinha alta desde 2011.
“Fatores como a liberação do FGTS, que contribuiu para o poder de compra do consumidor, e a melhor Black Friday da história ajudaram no resultado”, diz Pedro Hagge, analista da IDC. “Isso que se pode creditar a um aumento da confiança do consumidor.”
O desktop ainda tem espaço
De fato, o computador de mesa não está morto. A IDC mostrou que, de outubro a dezembro de 2017, os desktops tiveram alta de 19%. No acumulado anual, o aumento foi de 13%. “O PC está se transformando e não vejo ele morrendo tão cedo”, diz Vissotto.
É fato que o notebook ocupou uma lacuna importante. Atualmente, eles representam 66% das vendas e a Positivo também está de olho. Não por acaso, vem apostando nos computadores portáteis com a famosa marca Vaio desde o fim de 2015. A Vaio era propriedade da Sony até 2014, quando a fabricante japonesa decidiu se desfazer da sua divisão de notebooks por falta de perspectiva de lucro.
E a Positivo tenta mostrar que tem a receita para o lucro no setor, tão ameaçado pelos dispositivos móveis. No ano passado, a companhia teve um prejuízo de R$ 47,6 milhões – boa parte causado por parcelamentos fiscais e provisão para estoques. E o mercado corporativo aparece como principal oportunidade.
De acordo com Vissotto, as expectativas são positivas com a volta do crescimento econômico e com o envelhecimento do maquinário. As empresas estão precisando se atualizar, diz ele. “E temos que trazer serviços que façam sentido para ela, como uma boa manutenção e uma grande proximidade com os clientes”, afirma.