Ganhar o mesmo salário para realizar a mesma função. Conquistar cargos de chefia. Não ficar de fora em seleções para vagas (por causa da maternidade). Esses são alguns desejos das mulheres no mercado de trabalho. E eles podem não estar tão perto de acontecer quanto gostaríamos, mas também não são impossíveis.
Segundo uma nova pesquisa da ManpowerGroup, 97% dos Millennials (Geração Y) acreditam que sua geração finalmente alcançará a igualdade de oportunidades para líderes femininas emergentes.
No entanto, eles não acham que isso acontecerá antes de pelo menos 21 anos. Os mais otimistas, líderes do sexo masculino mais estabelecidos, estimam que o campo de atuação ficará nivelado ao longo dos próximos 14 anos.
A já reconhecida cultura machista é apontada como principal obstáculo, inclusive por líderes masculinos. Para a diretora de RH e Marketing do ManpowerGroup Brasil, Márcia Almström, assim como todos os países latinos, o Brasil tem uma cultura machista, com os papéis bastante delimitados entre os gêneros. “No entanto, a presença da mulher no mundo corporativo é uma realidade que se mostra cada dia mais presente aqui e é uma força propulsora para a mudança”, avalia.
Aliás, 59% dos entrevistados disseram acreditar que a única coisa poderosa que uma organização pode fazer para promover mais mulheres líderes é criar uma cultura de gênero neutro liderada pelo CEO. Já para 42%, a chave para tanto está no trabalho flexível, o que requer uma nova maneira de trabalhar, focada em desempenho.
“Está provado que o problema não se corrigirá sozinho – estamos presos em uma discussão circular”, disse Mara Swan, Vice-Presidente Executiva de Estratégia Global e Talentos do ManpowerGroup e Presidente Adjunta do Conselho da Agenda Global do Fórum Econômico Mundial sobre a Paridade de Gênero.
“O aumento da representatividade por meio da colocação de mais mulheres em funções de suporte como Comunicações e RH já não basta. Isso não está mudando a situação. A presença de mais mulheres em cargos de P&G ajudará significativamente a acelerar o fluxo de talentos e liderança. É por isso que encomendamos este relatório – para ajudar a transformar as palavras em ações”, avalia Mara.
“Colocar mulheres em posições de liderança não é apenas um imperativo ético. Quando metade da reserva de talentos e metade dos consumidores são do sexo feminino, isso faz sentido para os negócios, gera uma diversidade de pensamentos e uma melhor tomada de decisões”, disse Jonas Prising, CEO do ManpowerGroup.
“Os CEOs precisam ser os donos disso. A criação e a defesa de uma cultura de inclusão consciente são uma responsabilidade da liderança sênior – articulando um legado de talentos, dizendo como e quando as coisas terão que mudar, e ajudando os líderes a perceberem a seriedade disso. A verdadeira mudança demanda tempo, foco e disciplina”, conclui Prising.
Sobre a Pesquisa
Em agosto de 2015, o ManpowerGroup encomendou um estudo global de 222 Líderes Estabelecidos e Emergentes do sexo masculino e feminino, entre os quais 72 do ManpowerGroup, para investigar suas atitudes com relação à inclusão consciente das mulheres em cargos de liderança. Os líderes foram divididos em 111 executivos sênior (C-Suite) estabelecidos e 111 líderes da próxima geração com menos de 45 anos de idade que respondem diretamente às lideranças sênior ou a até dois níveis abaixo. Houve um equilíbrio entre homens e mulheres, em 25 países, fornecendo perspectivas regionais das Américas, Europa e Oriente Médio e Ásia-Pacífico. As entrevistas mais aprofundadas ocorreram entre 07 de agosto e 30 de setembro de 2015, totalizando mais de 130 horas de áudio que foram transcritas, traduzidas e analisadas utilizando uma mistura de métodos qualitativos e quantitativos.