Reclamar de processos burocráticos não é um hábito exclusivo de consumidores ou empresas. Todos, em algum momento de suas vidas, são impactados por papeladas, regras e divisões de responsabilidades desnecessárias. Afinal, é possível inovar em meio a processos e pessoas burocráticas?
A inovação está em lugares que precisam ser transformados. Portanto, por que não pensar na burocracia como uma incentivador de práticas inovadoras? Empresas como a Neobpo enxergaram a oportunidade de inovar em ambientes burocráticos. A companhia quer mudar a forma com que as organizações interagem com seus consumidores.
“A gente montou uma plataforma de otimização de workflow. Quando o cliente recebe esse dado, ele encontra oportunidade de eliminar um processo burocrático”, afirma Marco Lupi, CEO da Neobpo. Lupi explica que é possível otimizar um processo para que ele seja feito 25% mais rápido.
Para Carolina de Oliveira, Diretora de Marketing e Client Experience da Grant Thornton, é necessário enfrentar tabus construídos dentro das empresas. “Usamos a burocracia como muleta, mas falta iniciativa para mudar”, afirma. Ela lembra que a Grand Thorton, especialista em contabilidade e auditoria, costumava oferecer serviços para clientes que não precisavam. “Quando a gente inverteu esse pensamento, isso trouxe uma série de novas ideias”.
Daniel Hatkoff, CEO da Pitzi, acredita que é possível atacar a burocracia, e a partir disso ter novas ideias. “Esse é conceito das startups. Quando elas iniciam, as pessoas acham que o produto é muito parecido com o que já existia. A principal diferente, no entanto, é o fato de não existir burocracia nessas empresas”, afirma Hatkoff. Ele cita o exemplo do Nubank, que permite que os consumidores tenham um cartão de crédito livre dos processo tradicionais.
“As coisas não precisam ser sempre do jeito que são”, defende Jacques Meir, Diretor Executivo de Conhecimento do Grupo Padrão. Ele explica que é necessário que as empresas avaliem a relevância de indicadores. “Será que não estamos burocratizando nosso trabalho por meio de indicadores?”, questiona o executivo. Meir defende que é preciso separar apenas o que é realmente significativo.