Um grupo de ex-comissárias de bordo da extinta Pan American World Airways se reuniu no terminal 7 do Aeroporto Internacional John F. Kennedy, em Nova York, para acompanhar a decolagem de um Boeing 757 com o icônico logotipo azul-cobalto da Pan Am. A bordo, dezenas de passageiros embarcaram em uma jornada de 12 dias com destino a Bermudas, Lisboa, Marselha, Londres e Shannon, antes do retorno a Nova York.
As informações são da Agência Bloomberg. O avião, com capacidade para 50 passageiros, oferece assentos reclináveis, entretenimento de bordo, bar aberto e refeições assinadas por chefs, servidas por tripulantes com uniformes clássicos da Pan Am. O pacote custa US$ 59.950 por pessoa (cerca de R$ 329 mil), com acréscimo de US$ 5.600 para reservas individuais.
Esta é a primeira viagem organizada pelos novos donos da marca, adquirida em fevereiro de 2024 por Craig Carter e outros quatro investidores. Além de produtos licenciados, como relógios, roupas e bebidas, o grupo quer devolver à Pan Am sua aura de prestígio nas viagens internacionais. Para isso, contou com apoio das operadoras Bartelings e Criterion Travel, que desenharam o roteiro com base nas rotas transatlânticas históricas da companhia.
Os passageiros serão hospedados em hotéis de luxo como o Fairmont Hamilton, o Four Seasons e o Savoy. Em Shannon, visitarão o museu Foynes Flying Boat, onde há uma réplica do famoso Pan Am Yankee Clipper. A bordo, a atmosfera busca resgatar o glamour dos anos dourados da aviação, com penteados, trajes e poses para fotos que remetem à época em que voar era sinônimo de elegância.
Relação afetiva com a Pan Am
A iniciativa atraiu antigos funcionários da Pan Am, como Debbi Fuller, que trabalhou na companhia entre 1980 e 1989 e decidiu embarcar após ser incentivada pelo marido. Segundo Carter, muitos dos passageiros têm laços pessoais com a companhia, mas o objetivo é atingir um público mais amplo, interessado na nostalgia e disposto a investir em experiências exclusivas.
Além do tour atual, a Pan Am já planeja uma nova viagem para abril do próximo ano, com 21 dias de duração e paradas em destinos como Tóquio, Camboja, Austrália e Fiji. O valor chega a US$ 94.495 por pessoa (R$ 518 mil). Há ainda planos para um hotel temático na Califórnia e o retorno da Pan Am Experience, um jantar teatral em um avião no solo.
O grande objetivo, no entanto, é retomar os voos regulares. A nova gestão já iniciou o processo junto à Administração Federal de Aviação dos EUA e garantiu o uso do indicativo de chamada original: Clipper. Enquanto isso, a marca aposta no apelo emocional e na promessa de uma viagem como antigamente — ainda que com preços para poucos.