José Carlos Guisso foi embora jovem, tinha apenas 48 anos. Dezesseis anos depois de sua morte, é lembrado em uma conversa no interior do Mato Grosso.
– “Uma pena, foi “pertim”, quase na entrada da cidade”, lembrava um.
– “Era um bom homem… Sempre estava presente”, avisava outro.
Distante alguns quilômetros de casa, a expressão “era um bom homem” me fez pensar inúmeras coisas. A primeira delas, no quão pequeno era o mundo e no quão grande são os laços e marcas que deixamos nas pessoas.
Se permitir conhecer novas pessoas, novos ares, novas conversas, tudo isso nos traz a tona belas coincidências e lembranças. O “bom homem” citado na fala daquele rapaz que acabávamos de conhecer em uma região afastada do Mato Grosso, era o pai da Stella, nossa amiga de São Paulo.
Guisso, como era conhecido durante sua vida política, teve fortes embates com o Governo do Estado e o Governo Federal, justamente pela precariedade da rodovia do lugar. Ele também foi referência em implementação de trabalho voluntário, parte do seu secretariado trabalhava a custo zero, bem no ano que ficou marcado como “O ano internacional do voluntariado”.
Quando ouço falar no Guisso, mesmo sem o ter conhecido conhecer, é como se tivesse um amigo, alguém que sabia pelo que lutava e se importava com próximo.
A rodovia na qual ele se envolveu em um acidente de trânsito, partindo e deixando saudades, é a mesma que hoje nos ligou a esse bom homem e sua história.