É incrível como o universo da indústria do game se reinventa em meio às mais diversas e profundas crises econômicas. E o segredo para o bom desempenho é conhecido há anos no setor: eles sabem como encantar e engajar os clientes. Afinal, os pequenos jogadores de ontem, são os complexos gamers de hoje ? cada vez mais sedentos por novidades e que não medem esforços para conseguir tal jogo. Não à toa, jogar videogame virou característica fundamental dessa geração Y.
Historicamente, as empresas se acostumaram a ouvir os clientes e, para o setor, as redes sociais não se tornaram um problema. Muito pelo contrário. Isso conferiu uma precisão ainda maior na oferta de produtos e serviços e evidenciou a vocação da indústria de videogame em ?customer experience?. E pode ter certeza de uma coisa: jogadores não perdoam falhas, ainda mais se motivadas por um princípio que não seja aquele em defesa de um bom jogo.
O Atari é um bom exemplo. Amada nos primórdios (inclusive por Steve Jobs, que trabalhou na empresa), a companhia norte-americana pecou uma única vez com o seu público e se deu mal: lançou um jogo baseado no filme ET, produzido às pressas para surfar dessa película, mas que se transformou em um homérico fracasso dos games. A empresa faliu, assim como outras que não compreenderam as constantes mudanças de gostos dos gamemaníacos. Nesse mundo, a música toca bem diferente dos outros setores.
O Brasil Game Show deste e de outros anos consolidou a ideia de um negócio moldado pelo cliente ? e raramente o inverso. O que é bom para consumidor, sempre volta repaginado (e voltou este ano): jogos de futebol, jogos de tiros, heróis e personagens épicos ou históricos.
Mais do que isso, os gamers querem um jogo para chamar de seu e gigantes do setor entenderam o recado. Os pequenos botaram a mão na massa e passaram criar os próprios jogos, com histórias bem autorais. E sabe o mais legal? Sony e Microsoft abriram espaço para os pequenos desenvolvedores e ofereceram espaços dentro das plataformas presentes em seus consoles. É algo que lembra a montanha de jogos para smartphones, porém com gráficos, acabamentos e histórias melhores.
Tudo isso esteve lá no BGS. E vamos mostrar em série, dia após dia, algumas das ideias em mais um capítulo da contemporânea história do videogame no Brasil.