O Brasil tem 35 milhões de pessoas inadimplentes espalhados pelos quatro cantos do país, isso equivale a 24,5%. Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, em entrevista ao Folhainvest, o acesso ao crédito e a falta de planejamento são dois dos principais fatores que levam à inadimplência.
Um levantamento inédito da Serasa Experian mapeou o país de acordo com as taxas de inadimplência. O estudo, realizado de forma abrangente pela primeira vez, tomou como base todos os municípios brasileiros com população acima de 1.000 habitantes e revela que existem diferentes índices de inadimplência de acordo com a maneira que o tema é avaliado ? por cidades e regiões brasileiras. Quando são avaliadas as dívidas atrasadas há mais de 90 dias e com valores acima de R$ 200,00.
Segundo economistas da Serasa Experian, o interior do Nordeste possui baixo índice de inadimplência pois grande parte dessa população ainda não possui acesso ao crédito, o que resulta em poucos endividados em relação ao tamanho da população. A região Sul é a que menos apresenta inadimplentes: 22,4% da população se encontram nessa situação.
Ao se avaliar a taxa de inadimplência por capitais estaduais, Manaus, no Amazonas, é a mais inadimplente: 38,1%, seguida por Porto Velho (RO), com 37,2%, e Macapá (AP), com 36,4% – todas na região Norte do país. Economistas da Serasa Experian explicam que Manaus e outras capitais das regiões Norte e Nordeste tendem a ter inadimplência mais alta, pois possuem renda per capita menor que a de capitais do Centro-Sul.
Já entre as menos inadimplentes, a liderança é de Florianópolis, em Santa Catarina, com 22,3% de taxa de inadimplência. Em segundo lugar vem São Paulo (SP), com 23,9% de inadimplência (apesar de ser a capital com maior representatividade no ranking, 8%), e Campo Grande (MS) em terceiro, com 24,4%.
De acordo com o estudo da Serasa Experian e a classificação Mosaic Brasil, metodologia de segmentação da sociedade que leva em conta não só a renda, mas também outros critérios, como educação, geografia, demografia, padrões comportamentais e estilo de vida com o objetivo de entender melhor o mercado e a sociedade, o grupo Jovens Adultos da Periferia representa 23% dos inadimplentes no Brasil. O estudo também mostra que 34% do total de pessoas que compõem esse grupo ficaram inadimplentes em 2014, maior percentual dentro dos grupos. Esse grupo representa 16,8% da população brasileira.
No outro extremo, o grupo Experientes Urbanos de Vida Confortável apresentou o menor percentual de endividados, representando 2% dos inadimplentes do Brasil. O segundo grupo com maior representatividade entre o total de inadimplentes do Brasil é o Massa Trabalhadora Urbana, que responde por 17% dos devedores. Segundo o estudo, 30% do total de pessoas que compõem esse grupo ficaram inadimplentes em 2014. A Massa Trabalhadora Urbana representa 14,32% da população do país.
Veja os dados completos por grupo na tabela abaixo: