Há cerca de um ano, as maiores empresas de um dos setores de maior complexidade do Brasil já conversavam sobre a possibilidade de fusão. Em 27 de fevereiro, as operadoras de saúde Hapvida e Grupo NotreDame Intermédica (GNDI) concluíram um acordo e deram origem à 13ª empresa mais valiosa da B3, com o valor de mercado de R$ 110,5 bilhões. O perfil semelhante das empresas é um dos pontos que motivaram a fusão: ambas têm como foco a base da pirâmide social, contam com uma ampla rede verticalizada e atuam em áreas diferentes – a Hapvida, no Norte e no Nordeste; a Intermédica, no Sudeste, especialmente em São Paulo.
Após 50 dias de negociações, ficou acordado o formato de combinação de negócios das operadoras de saúde: primeiramente, as ações da GNDI serão incorporadas pela subsidiária HapvidaCo e, em seguida, a HapvidaCo será incorporada pela Hapvida.
Diante da dimensão de ambos os negócios, é evidente que a união trará diferentes ganhos e provocará uma revolução no mercado, especialmente por atuarem a partir de redes verticalizadas. Não por acaso, ambas as operadoras de saúde identificam que, entre os principais benefícios da fusão está a possibilidade de integração da vasta gama de produtos, estruturas hospitalares, recursos e soluções de saúde a benefícios dos seus clientes.
Ao mesmo tempo, o compartilhamento das melhores práticas de ambas as operadoras de saúde e a otimização dos processos são fatores que provocarão a redução dos custos operacionais. Outros pontos positivos são a complementariedade geográfica de atuação das duas empresas e a capacidade dos atuais administradores, responsáveis pela expansão e consolidação de um modelo de negócios sólido capaz de prover serviços de saúde integrada e verticalizada, com foco na prestação de serviços de qualidade e sustentabilidade, visando uma maior democratização do acesso à saúde de qualidade a milhões de brasileiros.
Unindo duas operadoras de saúde na prática
A empresa que resultará da fusão contará com dois co-CEOs, Irlau Machado Filho e Jorge Pinheiro. Além disso, considera-se a relevância de um Conselho de Administração qualificado, experiente, diverso e independente para um processo de tomada de decisão eficiente e um desempenho sustentável a longo prazo.
Assim, a companhia terá seu Conselho de Administração ampliado para, no mínimo, nove membros, sendo dois deles indicados pelo Conselho de Administração da GNDI, cinco indicados pela Hapvida (incluindo o presidente do Conselho de Administração) e dois independentes. Destes, um será indicado pelo Conselho de Administração da GNDI; outro, pela Hapvida. Naturalmente, será considerada a necessidade de ter um conselho diverso em termos de gênero, idade, nacionalidade, histórico profissional e qualificações.