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O dia em que o Homem de Ferro virou peça de museu

O dia em que o Homem de Ferro virou peça de museu

Realidade Aumentada não é mais apenas matéria-prima dos filmes de ação e ficção científica. Veja o relato de uma das apresentações mais assombrosas do SXSW

O dia 15 de março de 2016 pode entrar para a história. Como veremos, o SXSW foi o palco de uma das demonstrações mais assombrosas desde que Steve Jobs revelou o iPhone ao mundo. Exagero? Então, leitor, nos acompanhe nessa jornada.

O painel “A interface do Homem de Ferro: a nova geração da experiência do usuário” prometia ser dos mais interessantes dessa edição do SXSW. Jayse Hansen, Diretor de Criação, designer e criador dos efeitos e da concepção gráfica dos filmes do Homem de Ferro, VIngadores, Robocop e Star Wars – O despertar da força -faria uma apresentação. Ele foi trazido ao palco por Meron Gribetz, CEO e fundador da Meta. Um especialista em neurociência e ciência da computação pela Colúmbia University. Meron também trabalhou unidade de elite tecnológica do exército de Israel.

Jayse é especialista em User Experience – ou UX. Ele fez uma apresentação detalhada, bem-humorada e impressionante sobre como criou a interface que Tony Stark usa em sua armadura (veja fotos). O designer contou como colocou pequenos detalhes gráficos divertidos espalhados nas cenas (como a sua própria assinatura). Em dado momento da apresentação, manipulou a iluminação da sala a partir da tela.

Hansen trabalha em um nível de detalhe absurdo, que a maior parte da audiência jamais irá notar. Ele usa recursos holográficos em conjunção com Realidade Aumentada para fazer o ator justamente ter referências das cenas e do que se espera da narrativa.

Evidentemente, Jayse reforçou a ideia de que essa Realidade Aumentada precisa estar a serviço da história e da emoção dos personagens. “É sensacional ver os atores trabalhando os gestos, o uso das mãos, a expressão facial que interage com elementos gráficos criados e inseridos na forma de Realidade Aumentada”, diz.

Jasey mostrou a composição de uma cena passo a passo. Da composição dos elementos gráficos, ao ator em cromaqui, à fusão das imagens, considerando sempre posições de câmera completamente impossíveis de serem realizadas com o objeto fisicamente presente.

Armadura obsoleta

Jayce encerrou sua apresentação e o até então discreto Meron retornou ao palco. O que mais a plateia extasiada pela criatividade Jayce poderia querer ver? Com a palavra, o próprio Meron: “o que aprendemos com o design de Jayse é o que veremos como design das nossas vidas. E agora digo a vocês a frase que norteou o meu trabalho: computadores são tão extraordinários que não percebemos o quão terríveis eles são”.

Meron disse que o caminho percorrido pela nossa mente na era digital é inadequado e contrário ao seu funcionamento ideal. “Nos dispositivos digitais, você digita um e-mail, fala com sua mulher, cria sinfonias, trilhas e interfaces, busca criar sensações humanas de modos inumanos. Botões, atalhos, comandos, diversas ações que consomem uma energia mental enorme. E justamente essa visão é que assusta. Como lidar com essa nova postura que exigimos de nossa mente?”

Para Meron, há uma resistência da nossa mente a aceitar essa jornada. Mesmo a tela grande tem limites. Como cientista, ele dedicou sua pesquisa a conceber uma nova forma de dispositivo capaz de lidar com o mundo digital de uma forma mais natural. “Estamos a caminho da criação de uma máquina mais natural, que nos conecta uns aos outros, usando emoções. Um novo tipo de computador que incorpora os princípios da neurociência”.

E como funcionaria esse dispositivo? Meron enumerou algumas características:
– A construção de hologramas que podem aplicados à vida real. Uma “camada” de realidade adicionada que permite ser manipulada pelas mãos para “sentir” esse conceito gerado pela mente.

Meron então vestiu seu dispositivo: em princípio, era só um óculos de realidade virtual comum. Mas, conectado à tela do auditório, podíamos ver o cientista ao vivo e o que ele enxergava por meio de seus óculos (veja fotos). A demonstração ao vivo foi impressionante. Meron manuseou um holograma de um objeto, distorcendo-o fisicamente em um nível inconcebível para a realidade.

Como Tony Stark trabalhando com Jarvis, os óculos de Meron permitem o mesmo nível de interação holográfica, explorando em níveis inéditos imagens, elementos, objetos, e indo além.

Dos filmes para a vida e a expansão da percepção

A Realidade Aumentada não é mais apenas matéria-prima dos filmes de ação e ficção científica. Os novos dispositivos de Realidade Aumentada apresentador por Meron são equipados com a habilidade de sobrepor displays interativos, dinâmicos, à nossa própria realidade, para revolucionar a própria UX e entregar um futuro livre para as mãos. Em 2007, quando Steve Jobs apresentou o iPhone, havia apenas 8 Apps básicos embarcados no dispositivo. Ele deu a largada para a criação de um ecossistema de apps que resolvem problemas únicos e que abriram a possibilidade de criação de negócios e inovações. Meron fez o mesmo. Abriu a caixa de Pandora. É o melhor ainda estava por vir.

“Hoje, vivemos a infância dessa indústria. Desenvolver e desenhar interfaces holográficas em 3D e refletir o futuro é uma ciência em maturação, atada ao nosso contexto biológico”, disse Meron. Para ele, a Realidade Aumentada possibilita criar uma nova realidade, ampliando os limites da experiência de ser humano, reaprendendo e ampliando a realidade do que significa ser.

A realidade exagerada e emocionante

Meron então recolocou os óculos (vejam fotos). Trouxe o objeto para brincar novamente usando apenas os gestos. Víamos esse objeto na tela e magicamente o objeto sendo completamente transformado como se um filme alienígena estivesse à nossa frente. De repente, o cientista chama alguém. Esse alguém, um de seus colegas de laboratório, aparece na tela, também portando os óculos de RA. Eles se cumprimentam com um HiFi. Meron disse que até hoje, a Realidade Aumentada estava confinada a um momento de isolamento.

Com o seu dispositivo empoderado pela neurociência, é possível que os homens exerçam a sua vocação relacional. A sensação de ver a interação dos amigos pelas lentes dos óculos de Meron é impressionante. Logo, ambos começam então a manusear em conjunto o objeto virtual, separados por centenas de km de distância, unidos pela RA. Mais ou menos como se eu e você, leitor, pudéssemos agora trocar figurinhas, rompendo os limites físicos da tela, enganando o espaço e o tempo. Tony Stark nem sequer pensou na possibilidade de fazer isso com seu “amigo” Jarvis…

As possibilidades abertas pelos óculos de Meron são ilimitadas, na medicina, na criação artística, na inovação. Os limites da economia digital que fizeram da tela seu campo de provas podem dar lugar ao poder dos gestos. Sem curvas de aprendizado, apenas com intuição e um par de óculos. Mais do que isso, a RA que vimos no SXSW, impulsionada pela neurociência, permite criar imagens assombrosas em 3D, além de ampliar nossas sensações, habilidades, capacidades e o uso do cérebro em níveis inimagináveis. A “máquina natural” de Meron abriu as janelas e portas da nossa percepção e rompeu os limites da intuição.

Ao finalizar a apresentação, Meron foi aplaudido efusivamente por muitos minutos e em pé por todos os participantes. Gente de dezenas de países que entendeu estar diante de uma inovação improvável. E percebeu que o Homem de Ferro, criação de um visionário da tecnologia chamado Tony Stark, é quase peça de museu.

Nossa única dúvida é saber se estamos prontos para essa evolução.

*Jacques Meir é Diretor de Conhecimento e Plataformas de Conteúdo do Grupo Padrão

  

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