Um dos setores mais impactados pela transformação digital foi o setor financeiro. Não é para menos. Há pouco mais de 10 anos, tínhamos um modelo financeiro baseado em presença física, tanto em agência bancária quanto a consultoria financeira. No entanto, o que aconteceu? Investir virou negócio para aplicativo, assim como realizar todo o tipo de transação bancária por meio de alguns poucos rápidos toques na tela de um smartphone.
Mas o que podemos esperar para os próximos anos? Mais: será que a digitalização de tudo está realmente tornando acessível o serviço financeiro a ponto de levar a bancarização, por exemplo, para todos os cantos do Brasil?
A resposta é sim, segundo Amaury Oliva, diretor de autorregulação da Febraban. Ele foi o mediador do encontro no painel “A vida financeira ficou mais simples. Mas ficou mais acessível?”, no Conarec deste ano.
Os bancos, claro, tem sido os principais impulsionadores dessa presença cada vez maior de brasileiros dentro do sistema financeiro, seja para conseguir um empréstimo, realizar um investimento ou mesmo para realizar um pagamento. No entanto, eles não estão mais sozinhos nessa empreitada. Agora, existem as chamadas fintechs (Financials Technologies).
Duas delas estiveram presente no Conarec e destacaram os motivos que tem levado o brasileiro a confiar em uma escala ascendente nos serviços financeiros digitais – o que era praticamente um tabu há alguns anos. “Eu tenho um jeito de falar com o meu cliente, que não pode mudar no universo digital. Temos uma linguagem bem aderente aos nossos canais digitais de concessão de empréstimo, por exemplo, que é muito própria. Esse é o segredo das fintechs nessa empreitada do consumidor pelo mundo financeiro”, explica Mylena.
A comunicação, de fato, é um trunfo. As fintechs têm evitado toda aquela chateação de “cláusula disso ou daquilo” e o linguajar típico de quem atua no mercado financeiro. A maneira de dialogar é o que tem levado um número cada vez maior de consumidores na direção dessas empresas – e os bancos despertaram para essa necessidade.
Eduardo Braz, COO da Bom Pra crédito, explicou que a empresa nasceu no universo digital e, como tal, soube desenvolver e oferecer um contato eficiente e sem um script pré-definido. “Nascemos no mundo digital e isso nos levou a registrar milhões de visitas todo o mês. Vivemos para proporcionar a boa experiência par ao cliente, mas não precisamos ter um grande número de atendentes. Soubemos desenvolver bem a nossa comunicação com quase 30 pessoas e isso tem feito a diferença. Entendemos que esses funcionários são nossos parceiros”, diz Braz.