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“Não existe sorte criativa”

“Não existe sorte criativa”

O brasileiro é um povo criativo, conforme prega o dito popular. No entanto, mais do que ter boas ideias, precisamos desenvolver uma cultura de análise de dados. É o que prega Ricardo Cappra em entrevista a CM

Ricardo Cappra é um cientista de dados especialista em business analytics. E, embora pouca gente tenha ouvido falar dele, Cappra é uma figura conhecida dentro de empresas como Coca-Cola, Itaú, Santander, Ambev, Whirlpool e até mesmo entre os assessores do ex-presidente americano Barack Obama, já que atuou na área de business intelligence da campanha que reelegeu o democrata.

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Fundador e cientista-chefe do laboratório de ciência de dados da CAPPRA e do Mission Control – primeiro laboratório público para análise de dados sociais no Brasil – ele foi uma das estrelas da Campus Party, que aconteceu entre os dias 30 de janeiro e 4 de fevereiro em São Paulo. Confira a entrevista dele concedido à revista Consumidor Moderno.

Consumidor Moderno – Um dos assuntos preferidos nas companhias é big data, mas sabe-se que os dados dos consumidores são subutilizados ou simplesmente descartados. Onde as empresas estão errando?
Ricardo Cappra
– A principal deficiência das empresas é a falta de compreensão sobre os recursos e as oportunidades que estão disponíveis, especialmente quando o assunto é big data. Temos uma mentalidade muito criativa no Brasil – o que, em alguns casos, nem sempre é bom. Hoje, os negócios no País acontecem na base do “fazer de qualquer jeito” ou no “vamos na raça”. Não pode ser assim. Primeiro, precisamos incorporar a cultura analítica e isso deve ocorrer antes de verificarmos os problemas técnicos da companhia.

CM – Muitas empresas tradicionais dizem que são digitais, mas cometem os mesmos erros do passado. O que as diferencia das startups?
Cappra –
O problema não é usar os dados certos ou errados. A questão é: o que eu faço com eles? Se você usa os dados errados, logo você entenderá que cometeu um equívoco. E o que você faz? Você corrige o seu processo. O problema é quando você não usa os dados ou finge que usa. A cultura analítica exige o uso crescente de dados para encontrar hipóteses para um problema. Essa é a diferença entre encontrar um caminho por meio de dados e achar uma solução simplesmente porque ‘tive sorte criativa durante a minha jornada’.

CM – Existe algum setor da economia que gera e também desperdiça muito dado sobre o consumidor?
Cappra
– Penso que isso ocorre em todos os setores da economia. Peguemos o exemplo da telefonia. Eles geram muitos dados e não usam tantos quanto poderiam. O mesmo acontece com as TVs por assinatura. As startups e empresas digitais já aceleram nesse caminho, mas as tradicionais ainda têm um longo caminho a percorrer.

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