Um recente levantamento confirma a impressão de alguns funcionários sobre os seus gestores: em média, os executivos gastam 55% do seu tempo com algum tipo de burocracia, caso de reuniões não producentes ou atividades que tiram o foco do objetivo de uma empresa. São horas que poderiam ser gastas em iniciativas para o consumidor, por exemplo.
Esse é um dos dados colhidos por um estudo feito pela consultoria Luzio Strategy Group, que já prestou serviços para empresas como Bradesco, Avon, Brasil Telecom, Teleperformance, Sodexo, entre outras companhias. O levantamento foi feito com mais de 300 executivos.
A consultoria aponta sete causas de desperdício de tempo no ambiente corporativo. Veja:
1 – A dificuldade de priorizar iniciativas cria uma proliferação de projetos que envolvem o gestor em inúmeras reuniões sobre temas variados;
2 – A intensificação das ações de Compliance e gestão de riscos para aumentar a segurança empresarial tem aumentado o número de alçadas e atividades de controle que permeiam a anatomia dos mais variados processos decisórios;
3 – A dificuldade de dizer “não” para todas as oportunidades que aparecem no radar aumenta o número de produtos no portfólio, que vai ganhando complexidade crescente sem uma avaliação periódica que resulte na retirada ou terceirização de alguns deles;
4 – A dança de cadeiras de executivos, cada um procurando imprimir sua experiência e legado nos processos, aumentam a ramificação nem sempre adequada de atividades para os requisitos da cadeia de valor, provocando uma colcha de retalhos difícil de otimizar;
5 – A implementação de sistemas nem sempre atinge o objetivo essencial de automação e simplificação esperada pelos gestores, tanto pela falta de aderência dos aplicativos aos processos quanto pelo excesso de customizações que tornam ainda mais demorada a percepção dos benefícios da tecnologia;
6 – Gestores não enxergam valor na simplicidade, que deveria ser uma obsessão diária de todos na organização. A vaidade é inflamada pelo encanto das soluções sofisticadas, que podem parecer mais marcantes para o legado do executivo. No entanto, o serviço ao cliente é frequentemente prejudicado pela complexidade crescente do portfólio e pela falta de tempo dos gestores de cuidarem do óbvio bem feito;
7 – As reuniões são pouco produtivas e muito demoradas, pela falta de objetividade e método para favorecerem a eficiência dos encontros; pela falta de pontualidade e ausência de participantes relevantes que obrigam a remarcação ou agendamento de uma reunião complementar para chegarem à decisão final; e pela falta de tempo dos gestoras para uma preparação prévia mínima, que poderia melhorar a produtividade das reuniões, levando insegurança para reuniões supostamente agendadas para uma tomada de decisão final;