Quem é que, hoje em dia, diante da quantidade de informações disponíveis, nunca ouviu falar que para viver bastante é importante realizar exercícios? Estudos mostram que diversas doenças são atribuídas à falta de exercícios e que a prática regular de atividade física reduz substancialmente o risco de infarto, câncer de cólon, diabetes, pressão alta, entre outros.
Contudo, o mundo está caminhando no sentido contrário a esse recurso: segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de pessoas que não praticam atividade física está crescendo em todo o mundo. Além disso, o sedentarismo já é considerado o quarto maior fator de risco de mortalidade global.
Além disso, de acordo com o IBGE, a recessão dos últimos dois anos fez o PIB do país diminuir 7,2%. Com isso, a taxa de desemprego para mais de 12%. Mas será que esses dois fatores estão ligados? Será que as pessoas fazem menos exercícios físicos durante o período de recessão? De acordo com um levantamento feito pela Sodexo Benefícios e Incentivos, a resposta é sim: a crise também afeta a rotina e a frequência de atividade física dos brasileiros.
A pesquisa, feita com 1133 pessoas em todo o Brasil, mostrou que 48% dos entrevistados diminuíram a frequência de atividade física por conta da crise. Quando perguntados se a crise causou qualquer adequação na rotina de exercícios, 64% afirmam que sim. Entre aqueles que deram essa última resposta, a alteração mais mencionada (46% dos casos) é a prática de atividades em parques e na rua, antecipando a relevância do fator preço sobre esse comportamento.
Naturalmente, o mercado de academias também sofreu impacto nesse sentido. prova disso é que 12% dos entrevistados mudaram o local onde treinam. 14% alteraram o plano escolhido, enquanto 9% optaram por algum programa esportivo gratuito.
O levantamento procurou também compreender os motivos pelos quais os brasileiros mudaram os hábitos relacionados à atividade física. Dessa forma, descobriu que preço é o fator que mais influencia na prática de atividade física – 59% dos entrevistados escolheram essa opção. Não muito distante está a disponibilidade de tempo, com 57%. Para 33% dos entrevistados o maior problema é a distância do local onde pratica exercício físico, enquanto 8% citam a companhia de amigos . Isso confirma a relação direta entre a crise e a alteração dos hábitos relacionados ao exercício físico.
Impacto no trabalho
Para as empresas, menos atividade física pode significar funcionários menos saudáveis e menos produtivos. Apesar disso, poucas empresas brasileiras adotam programas formais de incentivo. 82,3% dos entrevistados pela Sodexo informaram que suas empresas não oferecem programas de atividade física.
Nesse sentido, há uma oportunidade para que empresas contribuam para melhorar a qualidade de vida de seus colaboradores também no quesito saúde e bem-estar. “Infelizmente, o número de empresas que promove alguma ação para estimular a prática de atividade física é muito baixo”, afirma Fernando Cosenza, diretor de Sustentabilidade da Sodexo Benefícios e Incentivos no Brasil.
Contudo, ele tem esperança de que os dados possam inspirar algumas organizações a mudar esse cenário e contribuir ativamente para minimizar os efeitos negativos da crise sobre essa questão. “Há muitas formas de fazer isso, desde promover ações de conscientização, organizar grupos para práticas esportivas ou até mesmo oferecer benefícios relacionados à atividade física”, comenta. “Incentivar a prática de atividade física gera resultados positivos, inclusive para os empregadores”.