No auge da polêmica sobre o estabelecimento de um limite para a internet banda larga fixa no Brasil (que, por sinal, continua em debate), as empresas de telecomunicações afirmaram que a medida não teve a intenção de prejudicar o cliente. No fundo, o motivo foi outro: pressionar as empresas de OTTs (do inglês Over the Top, ou companhias que ofertam serviços pela internet), como é o caso da Netflix, a investir uma parte dos seus lucros na expansão e no aprimoramento da infraestrutura da rede mundial no país. Hoje, esse custo recai sobre os ombros de empresas como Claro, Vivo, Oi, Tim e outras no país.
Mas o que pensa uma OTT sobre o assunto? No Mobile World Congress (MWC) deste ano, um dos convidados foi nada menos que Reed Hastings, CEO da Netflix. Jornalistas questionaram o executivo sobre a afirmação de que o streaming é o responsável pelo alto consumo de dados na internet. Hastings fez uma espécie de “mea culpa” e afirmou que a empresa tem uma estratégia para não congestionar a rede: “Nós estamos tentando ser mais eficientes ao oferecer conteúdo para os usuários”.
E como ser mais eficiente? Melhorando a conexão para promover um streaming de qualidade. “Hoje, oferecemos imagem de boa qualidade com apenas 300 kb de velocidade. Em alguns anos, esperamos que o número caia para 200 kb. Com isso, a rede não ficará sobrecarregada”, afirmou.
De acordo com números da Netflix, existem mais de 100 milhões de usuários no mundo. No Brasil, seriam aproximadamente 3,5 milhões de clientes.