O estudo O Cenário Econômico na Visão dos Consumidores, elaborado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) mostra que 56,1% dos brasileiros acreditam na piora do cenário econômico nos próximos meses.
Segundo o levantamento, houve um agravamento em relação às expectativas avaliadas na pesquisa de março, em que 47% esperavam um cenário pior em 2015. Na época, a porcentagem dos que esperavam uma situação melhor era de 27%. Este número recuou para 17,8%.
Entre os pessimistas, 61,3% argumentam que a própria situação financeira piorou em relação ao ano passado. A principal razão é o endividamento para 30,7% dos respondentes. Em seguida aparece a queda da renda (15,4%) e o desemprego (15,2%). De acordo com o estudo, apenas 11,2% dos entrevistados estão otimistas e imaginam que a situação vai melhorar.
Segundo Roque Pellizzaro Junior, presidente do SPC Brasil, é importante analisar a visão do consumidor para ter um termômetro sobre a atividade econômica atual. “Se o consumidor começa a acreditar que a economia vai piorar, muitos decidem cortar gastos e isso acaba afetando diretamente o consumo e a economia?, disse o presidente.
O estudo mostrou também que 47,7% dos consumidores que acreditam na piora do cenário, pretendem deixar de consumir produtos não essenciais para economizar, e 37,1% porque terão menos dinheiro. Outros 44,7% disseram que farão menos compras parceladas e 29,7% pretendem trocar a marca de alguns produtos que compram por outras mais baratas.
Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, a população está percebendo a importância de priorizar o que é realmente necessário. Segundo o estudo, 61,3% pretendem diminuir a compra de produtos supérfluos, e 47,7% têm intenção de cortar alimentação fora do lar, principalmente as classes C, D e E (55,7%). 43% pretendem reduzir gastos com cinema e 33,7% com bares e restaurantes.
Embora, 60,5% dos entrevistados acreditem que o acesso ao crédito esteja mais difícil, e 81,4% tenham percebido que os juros de empréstimos aumentaram, ainda sim, 71,9% pretendem comprar roupas e sapatos. 38,1% mencionam a intenção de adquirir móveis, eletrodomésticos ou eletroeletrônicos, 40,8% afirmam pensar em comprar parcelado no cartão de crédito.
De acordo com o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, “ao mesmo tempo em que boa parte dos entrevistados compreende a necessidade de limitar os gastos devido a um cenário econômico desfavorável, muitos acabam cedendo, seja por necessidade, seja por dificuldades em fazer contas e conter o consumismo”, explica.
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