O adolescente da geração Y descobriu a vida pela internet. Utilizando as redes sociais, ele se indignou com questões sociais e políticas e, em junho de 2013, foi para as ruas. Diante do aumento da tarifa de ônibus, a revolta popular (e jovem) só cresceu. De repente, havia milhões nas ruas. As manifestações passaram a usar slogans como “não são só 20 centavos” e deixaram o Brasil de queixo caído.
As reivindicações feitas em junho de 2013 – como costuma acontecer na classe política brasileira – foram em grande parte os gestores do país e do Estado de São Paulo foram reeleitos em 2014.
Ir às ruas, então, virou hábito – um bom hábito, é verdade. A vitória da ex-presidente Dilma Rousseff e o início do mandato em 2015 fizeram o coração do brasileiro bater um pouco mais descompassado e, no começo do ano passado, o jovem voltou para as ruas.
Em março de 2016, a população tomou conta das ruas do país em uma histórica manifestação que reuniu aproximadamente três milhões de pessoas – e esse é apenas o número da Avenida Paulista. “O que aconteceu em 2013 talvez tenha sido o evento mais espontâneo de todos” aponta Meir. “É como se estivéssemos fazendo um sundae: há quase três anos colocamos no pote primeira bola de sorvete”, explica, criando uma metáfora. Agora, para ele, a população está trabalhando para completar a doce e sobremesa que é a democracia.
Mas, afinal, qual é a visão do jovem sobre a política? Como é possível verificar no gráfico, obtido por meio do estudo “Jovens Digitais: Geração Transformadora”, realizado pelo MindMiners – empresa especialista em pesquisa digital – em parceria com o Centro de Inteligência Padrão (CIP), há uma enorme quantidade de jovens favoráveis aos programas governamentais. Porém, é visível o quanto desaprovam as instituições do governo e a política atual.