A transformação digital é um dos aspectos em que as empresas brasileiras ainda têm espaço para avançar. Esse fato, porém, não deve ser visto por uma perspectiva negativa: apesar de estarem atrás de outros países em uma análise de adoção da transformação digital, as empresas brasileiras já perceberam que essa evolução, quando começa a acontecer, é um caminho sem volta.
Impulsionadas pelo comportamento do consumidor – que é cada vez mais digital, conectado e tecnológico – as companhias que atuam no País precisam continuar atentas a essa questão. Segundo dados da Cisco, líder mundial em Tecnologia da Informação (TI) e redes, o número de dispositivos e conexões por pessoa deve crescer aproximadamente 46% até 2021. Isso significa que cada consumidor terá 3,4 gadgets. Além disso, o uso de dados, bits e redes sociais também tende a ser mais intenso na próxima década.
Para Eduardo Frade, Diretor Multisector da Cisco, essas são evidências de que existem diversos elementos de transformação digital que já fazem parte do cotidiano dos indivíduos. “Os Millennials são cada vez mais presentes no mercado consumidor e trazem desafios para o ponto de venda, pois consomem de forma não linear”, diz. A jornada de consumo que não segue uma sequência, inclusive, é uma tendência que também deve percorrer o cotidiano de outras gerações. “O celular é um controle remoto do mundo: tudo pode ser operado por ele”, defende o executivo.
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Apesar desse contexto favorável, é fundamental que as empresas saibam que existe um nível de investimento atrelado que deve ser executado logo no início do processo de transformação digital. De acordo com Frade, essa etapa inicial de investimentos é fundamental, pois permitirá que as plataformas das empresas estejam aptas para começar a receber os benefícios que surgem a partir da digitalização – seja por meio de IoT, seja por meio de analytics e mobilidade.
Portanto, as empresas enfrentam uma forte pressão para adaptar a própria infraestrutura – e isso é percebido inclusive pelos gestores das empresas. Os dados mostram que a visão dos executivos das empresas está avançando cada vez mais em relação à importância do tema DX (transformação digital) nos assuntos de conselho. Segundo dados do estudo Digital Vortex, desenvolvido pelo Global Center for Digital Business (DBT Center), uma iniciativa do IMD e da Cisco, cresceram de 55% em 2015 para 83% em 2017 as empresas que colocaram o assunto DX no centro de sua estratégia de negócio.
“Quando o board passa a ser um patrocinador dessa visão de transformação digital, a empresa começa a tomar as ações necessárias que são importantes para a mudança no longo prazo, uma vez que os investimentos também serão consideráveis e com baixo impacto num primeiro momento”, comenta Frade.
Além disso, o executivo entende que as empresas que quiserem se diferenciar em termos de transformação digital deverão investir na conjugação de características de startups e em modelos de negócio já consolidados. Frade afirma que as startups têm diversas vantagens: lideram aspectos como inovação, agilidade e simpatia ao risco. Contudo, empresas que já estão consolidadas no mercado estão à frente em diversos outros aspectos, como disponibilidade de capital, escala e força de marca.
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