Com três lojas instaladas da Johnny Rockets na capital paulista ? e mais cinco até o final do ano no interior ? o franqueado Antonio Augusto de Souza aposta na margem estreita de lucro para crescer em proporção aritmética: cinco lojas por ano até 2034. ?É totalmente plausível para uma empresa saudável pensar em atingir 100 lojas em 20 anos?, argumenta.
A rede norte-americana foi trazida por ele ao País no final de 2013. Já estão instaladas as lojas no shopping Internacional de Guarulhos, no Tietê Plaza Shopping e no shopping West Plaza, todos na capital paulista. Ainda serão inauguradas mais cinco em cidades paulistas: Bauru, São Bernardo do Campo, Santo André, Araçoiaba da Serra e Sorocaba.
Plano de expansão almeja chegar a outros Estados em 2015. Para começar a ter retorno financeiro, estimativa é que demore de 36 a 40 meses por loja. No entanto, a Johnny Rockets recebe mais uma quantia pela utilização da marca, a qual o empresário não revela. ?Ah, isso eu nem calculei ainda?. O contrato com a empresa dos EUA exige ainda que ele abra no mínimo trinta lojas e no máximo, quantas ele quiser.
Souza refuta veementemente que as redes de fast-food sejam suas concorrentes. ?Competimos com restaurantes, não com lanchonetes. Temos estrutura requintada, comida fresca e garçons. Nosso concorrente é o Outback, no máximo?, afirma.
Por segurança e estratégia, o empresário tem preferido abrir todas suas lojas em shoppings. E por enquanto, não vai oferecer franquias. ?Transferir para o franqueado a estreita margem que eu trabalho seria colocar o negócio em risco?. É essa a maior estratégia do empreendedor, oferecer preços menores e não repassar ao consumidor os eventuais reajustes inflacionários.
?O ano de 2015 vai ser difícil para todo mundo. O setor de alimentação é o primeiro a entrar em crise, mas também o primeiro a sair da crise?, comenta. O empresário não aconselha que um pequeno empresário invista seu dinheiro em trazer uma marca para o Brasil, a não ser que ele tenha muita estrutura e bagagem. ?Melhor investir em uma loja no País, em uma franquia já existente aqui ou esperar a inflação abaixar e o dólar ficar mais barato?, adverte.
Na maioria dos casos, as marcas norte-americanas exigem que o empreendedor importe pelo menos ?uma loja inteira?, que são basicamente equipamentos e insumos. É uma exigência de contrato. ?No estágio que estou já não preciso importar nada, então a variação cambial não me afeta mais?, explica.
Diferentemente de franquias como o Habib?s, cujo maior objetivo é dominar toda a cadeia produtiva ? crescer verticalmente, o projeto da Johnny Rockets inclui terceirização de todos os serviços. Foi o motivo que o fez ainda não partir para outros mercados fora de São Paulo: a escassez destes fornecedores. ?Como não trabalhamos com carne congelada, preciso de um fornecedor de carne que me atenda a cada cinco dias?, conclui.
Johnny Rockets tem 300 restaurantes corporativos e franquedos nos Estados Unidos e em 27 paises, incluíndo 17 lojas nos parques de diversão Six Flags e onze nos cruzeiros da Royal Caribbean. A cada ano serve 17 milhões de hambúrgueres, 11,3 milhões de refrigerantes, 8,3 milhões de Shakes e Malts, quatro milhões de quilos de American Fries, 2,1 milhões de onion rings e 815.000 galões de sorvete consumidos. Mais de 7,5 mil colaboradores trabalham nos restaurantes ao redor do mundo e 750 desses funcionários fazem parte do corporativo da empresa.