O conceito de um negócio sempre foi baseado em transações de produtos e serviços. Marcas são coleções de produtos e serviços que atingem um grau de conhecimento intenso por parte dos consumidores para orientar suas escolhas. Até pouco tempo essa percepção era baseada na união da sua promessa e da experiência que ela proporcionava. Mas hoje é preciso dotar as marcas de propósito. O propósito advém da filosofia, do valor e da capacidade das marcas de atender os desejos dos consumidores.
As consequências dessa evolução são, justamente, trazer um pensamento de fora para dentro às empresas. O conceito “Inside Out” é hoje o principal direcionador dos negócios. Em tempos de crise e de transformações intensas, vemos pessoas negando essa evolução e estagnadas na própria zona de conforto, sem reagir ao inevitável. E propósito, contudo, também implica em colaboração, co-criação, modelos contra-intuitivos de trabalho. Temos de ser conduítes para disseminar formatos colaborativos nas organizações.
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O mundo do C-Level deve ser customizado para facilitar a compreensão desse modelo Inside Out. Mas a maioria das empresas continua focada em mostrar o que acontece internamente e não externamente. Foco no cliente, inovação e diferenciação, diálogo, clientes, colaboração — são todos processos contra-intuitivos, que se chocam com as culturas convencionais.
No conceito Inside Out temos:
1- Foco no consumidor
Foco em abordagens colaborativas que impulsionam o valor entre marcas e consumidores;
2- Inovação e diferenciação
Ouvir as necessidades dos consumidores. Foco em criar um forte ponto de diferenciação e posição de liderança;
3- Diálogo
Comunicação mais ampla. Foco em uma forma única de engajar/comunicar;
4- Consumidor no centro
Desenvolvimento de propostas/ofertas criadas e pensadas para continuar ouvindo as necessidades e os desejos dos consumidores. Foco na co-criação de valor;
5- Colaboração
Equipes envolvidas, encorajadas e recompensadas para melhorar o foco no consumidor e em sua experiência;
6- Gestão de valor das marcas
Saímos do modelo de valor de marca para o valor de ecossistemas de significados. Uma proposição baseada em plataformas que trabalham juntas, de forma maleável, fluida e rápida, paradoxalmente agressivas ao modelo operacional das empresas tradicionais.
A Mondelez, por exemplo, criou a flygarage.com – um ecossistema de profissionais de diversas habilidades e competências que procura nutrir a empresa com ideias diferentes, recomendações e sugestões completamente distintas daquelas com as quais a empresa acostumou-se a lidar e a trabalhar em sua evolução.
Até que ponto nossas organizações estão dispostas a criar esses think tanks de forma colaborativa, inseridas na cultura interna, e não apartadas dela? Os líderes bem-sucedidos não veem processos findos, mas sim sempre em adaptação e em mutação e aperfeiçoamento. Chegar ao ponto final hoje em dia significa atingir o momento de mudar novamente. E, afinal, o que temos de fazer diferente como líderes?