“Estamos embarcando em uma coisa e não sabemos aonde vamos chegar”. Assim, Peter Kronstrom, head da CIFS Latam, inicia o painel ‘Empoderamento do Consumidor Global – Reflexos de Novos Padrões de Comportamento, Atitudes e Valores na Sociedade de Consumo Brasileira’. “Martin Buer detectou em um de seus estudos que nós falamos uma coisa e fazemos totalmente outra. Isso acontece com todos nós hoje, e deixa os consumidores decepcionados”.
Com a transformação digital, o consumidor também mudou e passou a exigir cada vez mais das empresas, inclusive transparência. “A relação entre seres humanos demanda um diálogo profundo, onde se faz aquilo que se fala. Estamos vendo uma mudança de paradigma, a aceleração da complexidade”, comenta Peter.
“As tecnologias de maior impacto e alcance são o celular, a eletricidade e a água. Uma coisa que vai ajudar muito nisso é o Big Data. A automação vai ajudar o consumidor a tomar uma decisão mais rápida. A internet como vemos hoje vai mudar, não existirá mais”, afirma o head da CIFS.
Peter cita o Panama Papers como um exemplo de que existe a complexidade humana, como ela é grande e isso é importante para poder ver um mundo nu e transparente, evitando as surpresas ao consumidor. “Mas será que as grandes empresas estão preparadas para mostrar tudo? Nativos digitais estão prontos para mostrar tudo. Autenticidade é o novo Premium. É importante entender o diálogo hoje: é quando as duas partes saem mudadas, não só o cliente, mas também a empresa”.
Fatores críticos frente os novos padrões do consumidor:
– Agilidade é essencial
– Transparência para sempre
– Confiança é um recurso
– Big Data e Economia Comportamental
Bons exemplos
Peter contou sobre uma experiência que viveu indo de São Paulo para São Bernardo. “Peguei um taxista que reclamava muito do trânsito da capital paulista e falando do Uber. Mas é claro que eu queria pegar o Uber, ele é mais barato, mais confortável, me oferece água”, revela.
“Uber e Airbnb são economias on demand”, diz Marina Miranda, sócia da CrowdEnvisioning e Mutopo Brasil. “Você consegue imaginar o Uber sem redes sociais? Não. Consegue ficar na casa de pessoas totalmente desconhecidas sem saber suas reputações nas redes? Não. A maioria de nós aqui é trabalhador no Waze, porque acrescentamos informações ao app. Se não fazemos, devemos começar a fazer”.
Segundo Marina, um exemplo é o Google, que será o maior concorrente das montadoras, num futuro próximo, com seus carros autônomos. “Quem usa o Google, busca e produz dados todos os dias. Cada vez mais, as grandes empresas têm que usar as influências dos usuários da internet para vender seus produtos”, finaliza.