Palavras como inovação, disrupção e criação vêm sendo repetidas como mantras em empresas de todo os portes do Brasil. Para sobreviver em um mercado tão competitivo – e em crise – é preciso se diferenciar da concorrência e atender de maneira mais efetiva o consumidor. Mas é possível criar uma cultura de inovação dentro de uma empresa?
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Foi esse o debate promovido por especialistas em inovação das empresas Kimberly Clark, Twitter, 3M, Buscapé, HackTown na última quarta-feira (26), realizado pelo Whow!. E um assunto teve aprovação unânime dos convidados: mais do que entender o consumidor, a área de recursos humanos tem um papel fundamental para uma empresa se tornar inovadora.
Não que o consumidor tenha menos importância. Longe disso. A criação de produtos visando a resolução de problemas do cliente continua sendo bem a matriz de boa parte das empresas. Mas isso não é possível sem que a empresa entenda que precisa de contratar pessoas que também queiram acompanhar um pensamento inovador.
“O maior filtro de inovação de uma empresa é o RH”, diz Ralph Peticov, co-criador do HackTown. “Os funcionários tem que abraçar a cultura.”
A mudança de sede do Buscapé foi exatamente dessa premissa. Todo o design do novo espaço, localizado na região de Alphaville, em São Paulo, foi criado pelos próprios funcionários. Funcionalidades, decoração e afins passaram pela mão e opinião deles. Foram criados comitês para isso.
“O consumidor precisa estar sempre no alvo, mas a empresa inteira tem que abraçar essa cultura”, diz Ricardo Gazetta, vice-presidente de novos negócios da Buscapé Company.
A busca de soluções para os clientes
Resolver problemas dos consumidores, no entanto, também precisa permanecer na dianteira. Não adianta criar produtos sem ouvir a ponta, que será realmente impactada com isso. E o relacionamento com eles é fundamental para o sucesso de uma ação ou de um produto. Podemos pegar o exemplo de uma ação da Huggies, marca de fraldas da Kimberly Clark.
Em 2015, a empresa levou uma mãe com deficiência visual para fazer exames de ultrassom. Para trazer uma experiência diferenciada para a consumidora, a Kimberly Clark reproduziu o rosto do bebê com a ajuda de impressoras 3D. O resultado foi um vídeo emocionante da mãe tendo o primeiro contato direto com o filho.
“Precisamos entender toda a jornada do cliente e estar perto dele nos momentos mais importantes”, diz Cláudio Buiatti, diretor de pesquisa e desenvolvimento da Kimberly Clark.
O mesmo acontece com o Twitter. Mas a empresa leva vantagem em comparação a outras por ser totalmente voltada à tecnologia. Afinal, ter a possibilidade de testar versões betas e já ter um feedback praticamente instantâneo dos seus consumidores não é para qualquer um.
“A chave do negócio é o contato que se propõe ao consumidor”, afirma Cadu Aun, diretor comercial do Twitter. “E o mais importante é que as pessoas carreguem isso na empresa e tem o potencial de transformar o mundo.”
Para Marcelo Tambascia, consultor de inovação que trabalhou durante anos na 3M, também é importante que as empresas pensem que o sucesso delas depende do sucesso dos clientes. Vender produtos ou serviços que não agreguem em nada à vida dos consumidores não terá vida longa e nem atrairá olhares admirados dos seus compradores.
“A cultura da inovação não fica só dentro de casa”, diz Tambascia. “Temos que levar isso para fora, para o cliente entender que as empresas podem trazer soluções para eles.”
A primeira edição do Whow! Festival de Inovação, organizado pelo Grupo Padrão, que publica Consumidor Moderno, acontece em mais de 70 lugares de São Paulo. Acompanhe a cobertura aqui e nas redes sociais com a #WhowFestival!