O dólar mais caro pode ter ajudado, mas as vinícolas brasileiras vêm passando por um processo de profissionalização que vem impulsionando a sua participação no mercado interno. Nos últimos três anos, as vendas tiveram um incremento de 15,85%, segundo dados do projeto Valorização dos Vinhos Brasileiros, feito em parceria entre o Sebrae e o Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin).
O resultado do projeto, iniciado em 2014, contabilizou números expressivos desde então. Até 2016, 312 produtores rurais e 97 vinícolas participaram do Programa Alimento Seguro-PAS Uva, uma ferramenta para melhoria de processos, de produtos e implantação de rastreabilidade. A iniciativa implantou os módulos de Boas Práticas Agrícolas e Boas Práticas Enológicas na Serra Gaúcha, e em mais cinco estados do Brasil.
“Os números traduzem o sucesso do programa e mostram que o olhar especial do Sebrae junto ao produtor rural foi bastante positivo. O aumento de 15,85% no consumo de vinho é bastante expressivo”, diz o gerente de agronegócios do Sebrae, Augusto Togni.
Diego Bertolini, representante do Ibravin, destaca que a parceria com o Sebrae possibilitou a realização de eventos nacionais e a participação de pequenas vinícolas em duas edições da Expovinis, uma das maiores feiras de vinhos da América Latina. Além disso, foram realizados 85 workshops e aplicadas mais de 15 mil horas de suporte pedagógico aos produtores rurais. “Ao todo, 1.329 pequenos negócios de 14 estados brasileiros foram qualificados e aumentaram a presença do vinho nacional na ponta”, disse.
“Antes, tínhamos prejuízo porque priorizávamos vender para supermercados. Depois da visita do consultor do Sebrae, mudamos o foco e passamos a vender para hotéis, restaurantes e pousadas”, conta Anderson De Césare, produtor de suco de uva de Bento Gonçalves, um dos participantes do programa. “O resultado foi um aumento de 117% no nosso faturamento.”
“O brasileiro não tem mais medo do produtor daqui”, diz o especialista em vinho Marcelo Copello, responsável pela publicação do Anuário Vinhos do Brasil. Segundo ele, isso se dá pelo grande investimento que os produtores fizeram ao longo dos últimos 30 anos em maquinário e conhecimento.
Com informações da Agência Sebrae de Notícias