Segundo pesquisa da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, em 2013, os engarrafamentos custaram R$ 98 bilhões ao país, o que corresponde a 2% do PIB nacional. Para chegar a essa conta, foram consideradas apenas as horas de trabalho perdidas e custos com combustível nas capitais São Paulo e Rio de Janeiro.
Uma pesquisa conduzida pela consultoria de recrutamento Robert Half, com 1.876 diretores de Recursos Humanos em diversos países, apontou os rumos do crescimento do home Office no Brasil. O país ficou em terceiro lugar na pesquisa entre os países que mais usam essa modalidade de trabalho, com 47% no aumento de trabalho remoto, perdendo apenas para a China, que aparece como a líder no ranking, e Singapura.
Apesar dos resultados, 37% dos diretores de RH brasileiros afirmam que nada mudou e 8% dizem não saber de alterações nesse cenário. Ainda de acordo com o estudo, no Brasil, 56% dos profissionais têm permissão para fazer home office, mas, desse total, a maioria (69%) trabalha até 25% das horas semanais de casa.
Entre os profissionais brasileiros que trabalham de casa, 49% sentem menos estresse, 45% dirigem menos, 33% dormem mais e 52% têm mais tempo para a família. A constatação faz parte do estudo Global Evolving Workforce (Força de Trabalho em Evolução), patrocinado pela Dell e Intel, e que entrevistou 5 mil profissionais de pequenas, médias e grandes empresas de 12 países, para identificar tendências em relação aos ambientes de trabalho e como as tecnologias têm impactado esse cenário.
?Os principais desafios para que a cultura do home office se estabeleça em cada vez mais empresas estão mais ligados às questões culturais do que propriamente a ausência de soluções adequadas de tecnologia. Ainda se valoriza mais aquele profissional que dedica mais horas dentro do escritório, mesmo que isso não signifique maior taxa de produtividade. Mas, se colocados na ponta do lápis, é inegável a constatação de que o trabalho remoto é bom para os negócios, para os funcionários e a cidade agradece?, afirma Holger Felgner, Gerente Geral da TeamViewer.
Um estudo realizado na Europa ? em conjunto entre Orange Business Services com a Sia Partners e a Harris Interactive ? com mais de 1.800 entrevistas com CEOs, gerentes de TI, donos de negócios e gerentes de recursos humanos aponta que o fenômeno digital tem um efeito sobre as expectativas das pessoas nos dias de hoje, que demandam por mais conectividade, personalização e interação em suas relações com as empresas. A pesquisa mostra que 83% das companhias europeias reconhecem que um melhor atendimento ao cliente conduz a novas maneiras de trabalho.
Segundo os apontamentos do estudo, a flexibilização do trabalho não é apenas um meio de melhorar a qualidade de vida dos funcionários, mas também uma forma de alavancar a produtividade e otimizar os escritórios das empresas. O estudo revela que a flexibilização do trabalho é formalizada com uma estrutura lícita em 54% das companhias europeias, que estabeleceram uma política de trabalho em casa. Além da casa e do escritório, o trabalho remoto está assumindo novas formas em diversas localizações ? desde locais públicos a locais disponibilizados pelas empresas ? para acomodar os funcionários. Esses novos espaços são conhecidos como ?terceiro local de trabalho?.
Mas nem só de flores se faz a adoção do home Office. É preciso encontrar colaboradores com esse perfil e esclarecer que há redução de proventos como vale transporte e refeição.
Trabalho remoto versus crescimento profissional
Entre os profissionais que trabalham mais de metade do tempo de casa, a maioria (42%) discorda que o home office limita seu crescimento profissional, enquanto que 20% concordam que essa distância do escritório pode representar uma barreira para a evolução na carreira e 38% não têm uma opinião formada a respeito.
Os resultados do estudo Global Evolving Workforce mostram ainda que 54% dos brasileiros consideram que são mais produtivos ao trabalhar de casa ou de forma remota e só 14% discordam que esse formato de trabalho aumenta a produtividade.
O estudo aponta também que nos ambientes de trabalho, os brasileiros, de forma geral, valorizam as interações pessoais. Nesse sentido, 49% consideram que são mais produtivos quando estão em escritórios com plantas abertas ? ou seja, sem divisórias ? e 20% dizem que fazem um trabalho melhor quando estão em espaços compartilhados, como salas de reunião.
Sobre os meios mais utilizados para comunicação no trabalho, 44% dos profissionais no Brasil preferem o e-mail ao telefone e 57% dão prioridade ao e-mail em comparação aos sistemas de mensagens instantâneas.
Redução nos gastos
Um dos pontos positivos é a redução de custos em infraestrutura, como energia elétrica, ar-condicionado combustível, alimentação e vestuário para os funcionários. Além da redução em mais de 60% a necessidade de espaço físico na empresa, possibilidade de o colaborador morar fora das grandes cidades – o que possibilita redução do preço dos imóveis. E, mais importante, diminui o tempo que o funcionário gasta no trânsito e, consequentemente, a chance de atrasos.
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