Mais é menos. Na L?Oréal, quanto mais investimento, inovação, produção e informação compartilhada, menos impacto negativo no meio. Um exemplo disso foi a decisão de utilizar apenas energia de fontes renováveis nas duas fábricas brasileiras ? em São Paulo e no Rio de Janeiro.
A conta subiu 17%. ?Mas a decisão fazia sentido. Nós temos metas ambientais agressivas para cumprir?, explica Renan Rocha, gerente da unidade paulista, à Época Negócios. Para compensar a elevação do custo, economizaram onde foi possível: temporizadores no ar-condicionado, lâmpadas de LED, janelas maiores e tinta branca nas paredes para aumentar a luminosidade.
A diferença caiu para 10%. ?Nossa expectativa é zerar esse número em três anos?, complementou Renan.
Na última década, a L?Oréal reduziu em 65% a emissão de CO2 no Brasil ao mesmo tempo em que a produção cresceu 30%. Esse resultado faz parte do programa ?Sharing Beauty with All?, lançado em outubro de 2013. Ele é focado em quatro áreas de compromisso:
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? Inovação sustentável, para reduzir a pegada ambiental de seus produtos e fórmulas;
? Produção sustentável, para reduzir as emissões de gás de efeito estufa, o consumo de água e a geração de lixo;
? Comportamento de consumidores, para que sejam mais bem informados e conscientizados dos impactos ambientais;
? Compartilhar o crescimento com os colaboradores, os fornecedores e as comunidades.
No primeiro relatório de sustentabilidade lançado pelo Grupo L?Oréal para o programa ?Sharing Beauty With All?, o Brasil foi destaque entre os 130 países onde a empresa atua com dois projetos que contribuem com os pilares Inovação e Produção Sustentáveis.
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O país é fonte de matérias-primas renováveis para a L?Oréal Brasil, como o óleo de babaçu e a manteiga de murumuru, na formulação de novos produtos. Para garantir uma coleta sustentável, o grupo estabeleceu uma nova forma de parceria com as comunidades locais. A partir de um modelo de contrato com os fornecedores de murumuru, a empresa apoia centenas de famílias da região de Bragança, no Pará.
Em 2014, a companhia também ampliou sua parceria com uma cooperativa que emprega mulheres colhedoras de sementes de babaçu, o que beneficiou 800 famílias da região do Lago do Junco, no Maranhão. A ambição é aumentar o volume de compra desses ingredientes ativos da biodiversidade brasileira e contribuir de forma mais relevante para aumentar os ganhos e a qualidade de vida das comunidades envolvidas no fornecimento dessas matérias-primas.
O primeiro produto lançado pela L?Oréal com ativo da biodiversidade brasileira foi a linha Absolut Control, de L?Oréal Professionnel, enriquecido com o óleo da semente de murumuru, em 2013. Outros ativos da flora ncaional encontrados em produtos da L?Oréal no país são o óleo de semente de pracaxi (Kérastase Oil-Relax Slim) e o óleo de babaçu (Biolage Advanced Control Total, Matrix).
Feita com ativo natural e sustentável extraído das sementes de uma palmeira brasileira, o babaçu é colhido por mulheres e comunidades no Maranhão. The Body Shop iniciou a parceria com a cooperativa local em 1995 e desde 2014 o óleo é utilizado em outras marcas do Grupo no Brasil.
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Outro ponto do relatório que chamou a atenção aconteceu na fábrica de São Paulo. O local obteve destaque no documento por seu comprometimento na redução da quantidade de água consumida pelo processo de lavagem dos equipamentos, sem que isso interferisse no cumprimento dos padrões de qualidade existentes.
O sistema adotado, chamado ?Último Enxague, Primeira Descarga? diminuiu o consumo de água da planta na ordem de 8%, o que significa quase 9.500 m3 de água potável economizadas somente em 2014.
Além disso, o Grupo L?Oréal tem uma meta de diminuição da emissão de CO2 em 60%, difundida pelo ?Sharing Beauty With All?. Até o ano passado, as duas fábricas e os centros existentes no Brasil já haviam ultrapassado essa meta com a economia de 65% das emissões.
Uma das iniciativas para alcançar esse índice é o projeto ?Caldeira Flex?, tecnologia utilizada na fabricação de cosméticos que transforma o etanol da cana-de-açúcar em fonte de energia para a produção de vapor, uma alternativa ao gás natural, sem emissão de CO².
Com informações do portal L?Oréal e revista Época Negócios.