“Há alguma coisa que você quer? Há alguma coisa que eu possa fazer? Só me dê um toque que te mando pessoalmente. Com amor, de mim para você”. Essa tradução livre da música “From me to you”, dos The Beatles, simboliza o espírito dos Prosumers. Esse termo procura definir consumidores inquietos que se tornam produtores de alguma coisa – mídia, sapatos, bicicletas, brinquedos e o que mais você imaginar. Todos estão produzindo de tudo e tudo isso muda o valor dos produtos. A audiência, as pessoas, o homem e a mulher comum criam produtos e serviços. Será esse o novo normal? Esse é o espírito FMTY (From me to you).
Há uma força não dimensionada nessa tendência. Vendo a abertura e fechamento de negócios nos EUA – em 2016, 826 micro-cervejarias foram abertas, 97 foram fechadas. Mais de 128 mil empregos foram criados, um crescimento de 5,7% em relação a 2015. Os prosumers podem ter um efeito sobre o paradoxo do emprego e do trabalho? Essa é uma boa questão diante da evolução da Inteligência Artificial. Outro exemplo é a padaria de bolso – Pocket Bakery – de Jack e Lara Prince, com 17 e 14 anos, com quase 100 produtos criados na cozinha de casa e vendendo pela internet.
O poder da audiência pode ajudar a criar comunicação e publicidade efetiva. Um bom exemplo foi a campanha de fotos do iPhone 6, criada com fotos da audiência.
Mais um exemplo da força dos Prosumers e sua capacidade de mobilização e colaboração é a plataforma Giffgaff – uma rede móvel administrada pelas pessoas comuns. Esse é o espírito que rege um novo mindset para o mercado. Comunidades que se mobilizam e se envolvem para criar e conduzir negócios. O Giffgaff é um negócio no qual a audiência cuida da gestão, de forma comunitária.
Confira a edição online da revista Consumidor Moderno!
Quando vemos um negócio desse gênero, salta aos olhos o anacronismo do modelo de trabalho baseado no turno de 8 horas. Diante da tímida Reforma Trabalhista – que esperamos entre realmente em vigor e seja respeitada a partir de 11/11 – falar em precarização soa como escárnio. Impedir evoluções como essa não seria uma forma de tutela desnecessária? A força de um negócio está na capacidade de arregimentar audiências. E como inserimos a audiência no nosso negócio?
O workshop do Consumidor Moderno Experience Summit permitiu que os participantes exercitassem essa prática, ao provocar discussões multidisciplinares e colaborativas para criar formas de trazer visões diferentes para as empresas representadas no evento. A discussão foi muito rica e trouxe muitas perspectivas diferentes a partir da colaboração.