Atualmente, as marcas precisam tentar sair do óbvio para conseguirem se destacar e conquistar as novas gerações, investindo em boas estratégias que façam sentido com o público-alvo e também nas redes sociais. Afinal, a Geração Z – pessoas de 15 a 29 anos – é considerada cronicamente online e sabe identificar quando uma marca está sendo forçada na internet e quando está sendo autêntica.
Neste cenário de erros e acertos, existem marcas brasileiras que estão fazendo o dever de casa direitinho e dando verdadeiras aulas quando o assunto é conseguir criar conversas e formar comunidades, fazendo um enorme sucesso com a GenZ nas redes sociais. Pois essa geração não quer ver apenas publi no perfil de creators, mas sim fazer parte das conversas. As marcas que entendem isso conseguem se sobressair.
No mundo dos esportes, existem dois grandes exemplos de marcas que estão indo muito bem ao dominar a linguagem da internet e conversar com as novas gerações. Por exemplo, o São Paulo FC entendeu que, para viralizar com esse público-alvo em específico, precisa aprender a rir de si mesmo. Nos bastidores do futebol, entregam memes, bastidores do elenco e linguagens que cabem direitinho no “fyp”, a for you page, do TikTok.
A estratégia deles foi criar um conteúdo nativo, humano e com toque caótico digital. E o resultado foi o melhor esperado: crescimento de engajamento e torcida digital jovem. Tudo isso faz com que a marca fidelize os seus seguidores, estimulando que interajam com o que é publicado ao mesmo tempo que sentem que estão fazendo parte de todo o processo. Fazer conteúdo com foco na GenZ também permite atingir outras gerações, uma vez que o formato e códigos de linguagem permitem que os conteúdos viralizem, atinjam o mainstream, furando a bolha geracional.
Outro time que também é sucesso nas redes sociais é o Corinthians, que já virou um verdadeiro case de community building. A página no TikTok é recheada de trends, interações, bastidores e muitos memes. Tudo isso consegue aproximar ainda mais os seguidores/torcedores do time de forma geral, fazendo com que se sintam parte das conversas, criando relações genuínas com a marca.
A estratégia do Corinthians foi utilizar o potencial do clube com conteúdos nativos como um meio de se comunicar com o público geral, e principalmente com o fã fiel, para se tornarem participantes ativos nas redes. Com isso, conseguiram conquistar um fandom engajado e memes que viralizaram até mesmo fora da bolha do futebol, o que é uma grande conquista para qualquer marca.
O comportamento de consumo de esporte pela Geração Z se alinha a fenômenos maiores. A GenZ está cada vez mais engajando com esportes e lifestyle saudável. Segundo a pesquisa do InstitutoZ da Trope (minha consultoria de GenZ e Alpha) em parceria com a YOUPIX, revelou que 89% da GenZ já se sentiu motivada a adotar novos hábitos de vida saudáveis, como dieta e exercícios, por influência dos criadores de conteúdo. Isso abre precedentes também para os novos formatos de esportes, como a Kings League, que incendeia as novas gerações e a cultura de fandoms, pela paixão pelos times liderados por streamers
Saindo do mundo dos esportes, temos também a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que percebeu que é possível falar de assuntos como transporte, informações técnicas e institucionais com humor, estética e trend de TikTok. Desta forma, conseguiu posts lotados de comentários e identificação, ao usar linguagem jovem para humanizar uma marca institucional.
O que essas três marcas têm em comum? Entenderam que o jogo das redes sociais é sobre participar da cultura e não interrompê-la. Não adianta querer surfar no hype do momento e depois não manter a consistência, pois as novas gerações percebem essa falta de coesão e abandonam a marca. A verdade é que cada vez mais comunidade, memes, storytelling e vulnerabilidade são o novo briefing.
As marcas precisam entender que não dá para manter comportamentos ultrapassados, sem se atualizar e sem buscar compreender os nativos digitais. Fazer estratégias de branding para a Geração Z não é difícil. Na maior parte das vezes, não é necessário rebranding, e sim acrescer uma camada estratégica focada nos novos códigos. E sejamos sinceros: se a sua marca ainda está fazendo post engessado, talvez esteja no time errado. Nas redes, quem joga com a GenZ ganha o jogo, e melhor, continua se mantendo relevante no mercado ao obter bons resultados de negócios.

Luiz Menezes é fundador da Trope, uma consultoria de Geração Z que ajuda marcas a rejuvenescerem suas estratégias de negócio. Luiz é nativo digital, creator, apresentador, empresário e empreendedor.





