Nunca se falou tanto nas Fintechs como agora. Essas startups de serviços financeiros que atendem consumidores cansados da estrutura tradicional e engessada dos bancos começam a dar as caras no Brasil. Por meio de propostas e serviços mais rápidos e ágeis, as Fintechs estão abocanhando jovens clientes e obrigando os bancos a acelerarem no quesito inovação.
Mas o que há por trás desse modelo de negócio? Pura tecnologia! Todos esses novos sistemas giram em torno dos dados dos clientes das próprias instituições financeiras. Dados que são cruzados, organizados e usados com diferentes objetivos. Daí o interesse e o crescimento dos bancos por essas startups.
Ponto-chave
Segundo Eduardo Prillwitz, sócio fundador da Prill Tecnologia, a chave da inovação desse negócio está na integração das APIs (Application Programming Interface) de bancos e de Fintechs. “Os bancos têm a informação e a fornecem para as fintechs, que a utilizam para seus criativos e novos objetivos, mas os bancos têm essa informação, e poderiam oferecer diferentes soluções internamente, assim como as startups têm feito”, explica Eduardo. A Prill, por exemplo, é capaz de afinar a comunicação entre um app de banco e o sistema interno do banco, de forma que o cliente já não precisa de senha para acessar funções do aplicativo.
“Entretanto, alguns bancos já têm iniciativas de APIs mais completas, que cadastram desenvolvedores de apps e plataformas, e os permitem acessar dados para que criem soluções em nome da instituição”, diz Eduardo. O especialista explica que dessa forma os bancos podem oferecer ao cliente tudo que as Fintechs oferecem: facilidade e interfaces mais modernas.
Quando um app recebe uma informação (de dados fornecidos por bancos), o negócio principal da empresa é fazer algo inteligente com isso. Enquanto o banco tem que expor a informação, de forma conveniente ao cliente da forma mais segura possível, com todas as garantias de segurança.
“Os bancos precisam encontrar uma forma de se reinventarem e se reorientarem para se tornarem plataformas que façam uso dos dados que coletam”, diz Eduardo. “Nessa corrida os bancos podem investir em APIs, criando soluções tão inovadoras, rápidas e úteis como as Fintechs têm criado”, completa Eduardo.
Quem ganha?
Nessa disputa quem ganha é o consumidor. Seja uma Fintech, Banco ou a junção das duas partes, quem atuar com uma base tecnológica robusta criará um espaço transparente e ágil o suficiente para que os serviços financeiros deixem de ser complicados e burocráticos.
Para o mercado financeiro existe um potencial de negócios na casa dos trilhões de dólares, a um custo baixo e com total flexibilidade quanto aos riscos. Regulamentação do setor é uma questão de tempo e a plataforma para esse mercado é o smartphone, e ela já está aí, pronta para uso.
Certamente, num futuro não muito distante, não haverá mais motivo para usar os bancos como conhecemos hoje. A exemplo do Uber, o mundo financeiro precisa de intermediadores condizentes com a nova dinâmica de consumo. E ele pode sim ser um aplicativo no seu celular.