Os reflexos de problemas financeiros na vida pessoal e profissional da população são maiores entre os brasileiros, na comparação com os europeus. Estudo divulgado esta semana pela Test-Achats, organização belga de consumidores, mostra que em um indicador que vai de 0 a 100 (quanto mais próximo de zero, menor o impacto ao consumidor), o índice do Brasil é de 23,19. Na Bélgica, por exemplo, é de 10,83. Além disso, os brasileiros são os que mais têm dificuldades para dormir quando as finanças não estão em dia: 24% apontaram problemas para pegar no sono, enquanto na Bélgica a fatia é de 11%.
A pesquisa, feita por meio de questionários enviados aos consumidores pela internet, também mostrou o nível de pobreza permanente entre os cidadãos. No Brasil, o montante que não tem condições se quer de pagar as contas básicas – como luz, água e telefone – é de 18, 7%. Na Espanha, por exemplo, que tem enfrentado a recessão econômica, a parcela é um pouco menor: 15,8%. Embora a população brasileira seja, muitas vezes, a mais afetada pelos percalços financeiros, quem mais evoluiu na busca por qualidade de vida nos últimos cinco anos foi o Brasil. De 2008 para 2013, o índice saltou de 58,1 para 60 no País. Em Portugal caiu de 68,9 para 47,3.
“Não podemos comparar completamente o Brasil com os países europeus, onde a cultura e o histórico social e econômico são diferentes. Mas a pesquisa serve para adicionar uma referência ao País. Quando olhamos as estatísticas da vida coletiva, o Brasil tem uma grande ascensão, a população tem uma percepção melhor sobre a vida coletiva do que nos países europeus”, comenta Ivo Mechels, diretor de relações institucionais e de imprensa da Test-Achats. No Brasil 600 mil pessoas participaram do estudo.
Raio- X da pesquisa: