Que os Millennials são conectados, despojados e questionadores todo mundo já sabe. Mas, afinal, o que eles buscam e como influenciam as outras gerações de consumidores? Esse foi o assunto debatido no painel “Millennials por Millennials: um bate-papo revelador com os consumidores que influenciam todos os outros”.
Para falar sobre o tema, o CONAREC reuniu Aura Rebelo, diretora de marketing e canais da Icatu Seguros; Silvia Aragão, diretora comercial de novos negócios da Orbitall; Ricardo Buckup, sócio-fundador da B2 Endeavor Brasil; e os Millenialls Vinicius Alves e Risaldo Carvalho Junior, do Grupo Vegas.
Buckup apresentou dados do estudo “Radar Jovem”, da B2, que entrevistou 4000 jovens entre 18 e 29 anos. Na análise de comportamento de compra, o shopping center aparece em primeiro lugar (35%), seguido por lojas em liquidação e promoção (32%), lojas de departamento (25%), varejo eletrônico (21%), lojas de rua (19%) e comércio informal (11%). Segundo o levantamento, apenas 3% dos jovens têm o hábito de comprar no exterior.
Silvia destacou que as ferramentas online e o smartphone vêm modificando o comportamento de compra dos jovens, cada vez mais exigentes e imediatistas. “A tecnologia é importante, mas entender esse movimento é mais relevante ainda”, disse ela.
Aura completou dizendo que de nada adianta ter uma interface digital maravilhosa, se o atendimento não for bom o suficiente. “Trabalhamos com seguros como o de vida. Se um ente querido morre não é hora do atendente dizer ‘seu CPF, por favor’. Temos que aproveitar, sim, o que a tecnologia traz de bom, mas sem nos esquecermos de que alguns serviços precisam de gente para falar com gente”, disse ela.
Causas
Em relação às causas que uma marca pode ou não levantar a bandeira, Carvalho destacou que os Milennials não aceitam superficialidade. “Não basta entregar brinde na parada LGBT. As pessoas precisam se sentir representadas de verdade pelas marcas”. Ele citou o caso de uma cervejaria que decidiu, no começo deste ano, lançar uma cerveja para mulheres.
“Será que alguma mulher da equipe foi consultada?”, questionou Carvalho. “As pessoas definem o que um gay, uma lésbica ou um travesti querem consumir sem consultá-los”. Fica a lição para quem ainda não aprendeu que, antes de qualquer decisão, é preciso olhar primeiro para quem será impactado por ela.