Quem possui um gamemaníaco, seja menino ou menina, já sabe: tirar os rebentos da frente da tela durante um jogo de videogame é uma missão daquelas bem difíceis ? quase impossível se eles estiverem em uma daquelas instâncias do jogo bem avançadas e próximas do fim. E nem adianta apelar para uma das velhas máximas dos jogos de que o jogo excessivo danifica a tela de TV. Aliás, há tempos isso deixou de ser uma verdade.
Ao menos essa semana, os filhos terão um bom motivo para desligar o console e dar uma folga aos pais. O público em geral (inclusive os amantes dos jogos) poderá sentir entre os seus dedos as principais novidades desse rentável segmento do entretenimento dentro da Brasil Game Show.
O evento exibe as principais novidades em jogos, plataformas de jogos e até alguns start ups para celulares. Na lista de jogos, é bem provável que você ouvirá da boca dos seus filhos jogos como Just Dance 2015 (o game de dança mais vendido e jogado do mundo), o PES 15 (em exibição na feira antes mesmo do lançamento mundial), Assassin Creedn Unity e muitos outros.
Mas também é uma ótima oportunidade para os negócios. O Brasil é 11º maior mercado do mundo em vendas de games e consoles, tais como o Playstation 4 ou o Xbox One. Mais do que isso, trata-se de um mercado que já superou as indústrias cinematográficas e fonográficas juntas.
O crescimento do mercado brasileiro há seis anos está na casa dos dois dígitos e não dá indícios de que desacelerará tão cedo. Um estudo da consultoria Euromonitor Internacional mostra que o mercado de jogos virtuais no país cresceu, em média, 26,8% entre os anos de 2008 e 2013. Em reais, foram movimentados mais de R$ 2,1 bilhões. Para o fundador da Brasil Game Show, Marcelo Tavares, os números desse ano são ainda mais animadores.
?Somente no primeiro semestre desse ano, a venda de consoles cresceu 33% em relação ao mesmo período de 2013. Na venda de jogos, o comparativo entre os dois primeiros semestres mostrou um aumento de 17%?, disse Tavares.
Impressionante? Não para quem é do ramo. Marcelo afirma que o espaço disponível para o expositor e, pela primeira vez, ocupou todos os espaços do Expo Center Norte. Uma das novidades, inclusive, é justamente quem está pensando em negócios depois de números tão robustos: o matcharking. Em linhas gerais, é um aplicativo que possibilita o agendamento de reuniões dentro da feira com desenvolvedores e gestores ligados a games, consoles e aplicativos. Após marcar o encontro, há um espaço isolado e distante da feira para o fechamento de parcerias.
Inovação
No rol dos mais procurados para negócios por meio do matchmarketing, não há dúvidas que todos querem conversar com os gestores da Sony (Playstation) ou da Microsoft (Xbox). Mas, em stands menores, há ótimas oportunidades de negócios. Um deles é o aplicativo Pede Rango, disponível apenas para Android pelo site ou no Android Market. ?É um aplicativo de interação entre o cliente (que pede a pizza) e o dono da pizzaria. Por meio disso, eles se relacionam e realizam a compra (ou venda) da pizza, tudo ambientado no espaço sideral. O app ainda tem uma vantagem: quanto mais eu indicar o app para alguém, eu ganho mais e mais pontos, que são convertidos em descontos. No fim, após alguns pedidos, a pizza sai de graça. Dá até para acumular pontos, mas há um limite de até cinco mil pontos?, explicou Francisco Vaghetti Luchese, desenvolvedor do aplicativo e especialista e jogos virtuais. Apesar de já estar disponível para download, ainda carece de parceiros em lugares como São Paulo. Assim, não é possível pedir uma pizza, por exemplo, por aqui. ?Estou aberto para incluir essa ou aquela empresa?, disse Luchese.
Engajamento
No universo dos games, um dos mercados de trabalho em ascensão é o de desenvolvedores de games. Atualmente existem 133 desenvolvedores de jogos que empregam mais de 1.100 pessoas. Um dos mais importantes centros de formação de desenvolvedores de jogos é a rede de escolas de games e entretenimento digital Redzero, que está presente no evento.
A gerente de marketing da empresa, Fernanda Gomes, explicou que o desenvolvimento de jogos para consoles é apenas um dos segmentos possíveis para quem produz games. Empresas como a Coca-Cola, Lego e tantas outras oferecem games gratuitamente jogos nos mercados de aplicativos ou em seus sites. Tudo voltado para o engajamento do cliente. ?Trata-se de um mercado novo. No Brasil existem poucos escritórios, mas já é bem um segmento amplamente explorado lá fora. Estamos falando de uma ferramenta nova na comunicação e voltado para o engajamento e fidelização do cliente. Quando você joga, o game exibe a marca da empresa o tempo todo?, finaliza.
* Acompanhe as discussões sobre o assunto pelo Facebook e Twitter sob a hashtag #Games.
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