O ano novo chegou repleto de expectativas. A exemplo de muitos outros momentos de nossa história, estamos diante de um cenário decisivo, no qual decisões erradas trarão custos insuportáveis no futuro próximo. Estamos em mais uma encruzilhada, na qual diluem-se e confundem-se as opções pelo atraso e pelo avanço, pelo crescimento e pela estagnação, pela nostalgia e pela evolução.
Literalmente, perdemos mais uma década. O PIB per capita somente voltará aos distantes patamares de 2011 ou 2014, em cenário positivo de crescimento com as reformas imprescindíveis, em meados da próxima década… Chega a ser alucinante atestar que conseguimos, nos últimos 50 anos, desperdiçar literalmente três décadas (ou todos já se esqueceram das fatídicas décadas de 1980 e 1990, que pouco acrescentaram em termos de crescimento econômico?), e, em que pese esse desempenho tenebroso, assistimos a uma passividade absurda de nossa população e governantes, no tocante à urgência na implantação e defesa de reformas extraordinárias e prementes.
O dado positivo é que, após alguns importantes ajustes econômicos conduzidos com maestria pela equipe econômica do governo, em conjunto com uma gestão mais rigorosa dos custos e gastos de empresas estatais, conseguimos recuperar a confiança necessária para conduzir o País rumo a um futuro melhor. Com isso, o espírito animal de nosso empresariado, tão maltratado pelos devaneios e desvarios de alquimistas irresponsáveis de outrora, voltou a se mostrar presente e investir ao vislumbrar as imensas oportunidades que despontam no horizonte próximo.
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É nesse contexto que começamos esse 2018, que pode vir a ser o ano mais promissor de toda essa década. Porém, temos o imenso desafio de ousar mais e decidir quem, onde e como queremos nos inserir no maravilhoso mundo das oportunidades sem fim, proporcionadas pela descoberta diária de tecnologias e inovações que facilitam nossas vidas, desafiam regras e modelos de negócios arcaicos e permitem que o sonho de milhões de pessoas ao redor do mundo global se torne realidade. Poderemos ter êxito nessa empreitada?
Uma resposta para esse desafio está na observação e no aprendizado com empresas que conseguiram apresentar resultados consistentes nos últimos anos, mesmo diante da recessão, equilibrando suas estratégias de gestão de clientes e geração de valor, como comprova o estudo de Empresas Notáveis, que este ano chega à 5ª edição – e que o leitor poderá conhecer em detalhes nesta edição de Consumidor Moderno.
O fato de existirem empresas com vontade de se superar, com capacidade de inovar, mudar, e com competência para obter resultados expressivos em qualquer cenário, é muito inspirador. E é também um sinal de que há talento e método para que o País como um todo consiga ser notável. Toda empresa notável também é consciente de suas limitações, ao mesmo tempo em que procura extrair o máximo de seu potencial. Uma lição simples e fundamental.
Infelizmente, há muito preconceito contra a visão empresarial, exacerbada por representantes ilegítimos do nosso melhor público corporativo que se jactam de serem gestores, quando, na verdade, mal dominam as ferramentas e os instrumentos que permitem aprimorar a performance do setor público, uma vez escolhidos para ali atuarem.
O grande aprendizado que podemos ter com empresas notáveis é justamente seu poder de seguir mantendo o foco, buscando a inovação, a compreensão e o relacionamento efetivo com os clientes, dentro de uma estratégia coerente e, ao mesmo tempo, flexível. Melhor ainda: são organizações capazes de escolher o caminho da evolução e do crescimento, tomando decisões difíceis mesmo diante da incerteza e da complexidade.
Há muito o que aprender com gestores reais, que sabem como engajar equipes de diversos matizes e perfis, conseguindo que colaboradores humildes e executivos extremamente qualificados trabalhem juntos em prol de um objetivo que não é o deles! Esta é a beleza da verdadeira gestão: ser uma metodologia capaz de atingir resultados a partir de equipes heterogêneas que trabalham espetacularmente bem, superando diferenças pessoais.
Este ano temos a chance de tomar decisões que irão impactar nossos próximos quatro anos ou mais. Executivos responsáveis precisam dedicar-se a influenciar mais e mais pessoas a perceberem que o Brasil ainda é um País a ser construído e com problemas tão urgentes e imponentes que demandam sacrifícios e escolhas difíceis. Estamos diante de uma encruzilhada, sem bússola, diante de grupos que irão exercer posições radicais, justamente para manter esse status quo e seus privilégios, levando a polarização a extremos inéditos.
Nada de bom poderá surgir de ânimos exaltados ou da falta de diálogo que mostre honestamente às pessoas que elas buscam não exatamente “candidatos”, mas referências, lideranças e perspectivas. É hora de superar a intolerância e a impaciência para trilhar um caminho focado na modernidade e no desenvolvimento de oportunidades para que cada brasileiro possa ousar mais, empreender, se livrar dos fantasmas do passado e construir o Brasil que cada um de nós espera e acredita, rumo a um País melhor.
Que 2018 seja o ano em que tomamos consciência de nosso potencial e de nossas limitações e que juntos possamos finalmente escrever uma história da qual possamos nos orgulhar.